Ego, nome artístico de Carina Mattei, publica vídeos com curiosidades sobre sua profissão, a tanatopraxia, que consiste em maquiar, higienizar e conservar cadáveres para o velório.
"A menina que trabalha com a morte" é o bordão de Ego, nome artístico de Carina Mattei, uma jovem de 22 anos de cabelos pretos, pele pálida, com tatuagens, um sorriso aberto e olhos que brilham quando fala da tanatopraxia, sua profissão: a preparação de corpos humanos para o sepultamento.
Cérebro costurado dentro da barriga, troca de sangue do corpo por produtos químicos, deixar um cadáver com uma expressão pacífica… Esses são alguns procedimentos que fazem parte do seu dia a dia. Ela é a última profissional a ter contato com o corpo antes da despedida da família, no velório.
Ego produz conteúdo nas redes sociais tirando dúvidas e falando
abertamente sobre a morte e as características que ela impõe ao corpo de
um ser antes vivo. Particularidades desagradáveis para quem estava
acostumado a ver a pessoa viva. E é neste ponto que o trabalho dela
entra: fazer com que esses aspectos não estejam tão aparentes na hora do
último adeus.
TikTok
A influencer diz que sempre gostou de gravar vídeos da sua realidade,
mesmo antes de ter um número grande de seguidores e de fazer maquiagens
artísticas.
@egocarina Já viram isso? #tanatopraxia #tanatopraxiaporamor #necromaquiagem #reconstrucaofacial #tanato #necropsia #agentefunerario ♬ som original - Ego
Quando começou a trabalhar com corpos humanos e estudar a área, passou a
publicar conteúdos sobre o tema. O assunto gerou muita curiosidade e
hoje ela tem quase 300 mil seguidores no TikTok.
Os vídeos da influenciadora abordam curiosidades sobre a área e a morte, como:
- "Evisceram [retirada das vísceras] todas as pessoas para o velório?"
- "é verdade que, se conversar com uma pessoa que teve uma morte horrível, a feição do finado muda?"
- "unhas e cabelos de mortos continuam crescendo?"
- "quando o corpo está muito inchado, consegue fazer voltar ao normal?"
Ela explica, por exemplo, por que, durante o preparo, retira o cérebro
do crânio e o transfere para a barriga. Segundo ela, o cérebro é um dos
primeiros órgãos a se liquefazer, ou seja, passar para o estado líquido,
depois da morte.
Quando um corpo passa por necropsia, partes do cérebro podem escorrer
pelos orifícios faciais. Para evitar isso, a profissional o retira do
crânio, com ferramentas apropriadas, e o coloca na barriga. Nas
clínicas, o profissional da tanatopraxia costuma ter o trabalho
acompanhado por um médico.
“A gente sabe que a família toca [o corpo do morto]. A gente sabe que a
família se despede, então é importante [passar pela tanatopraxia]. E no
processo normal, sem a tanatopraxia, seria feita a higienização por
fora, mas não por dentro”, explicou Ego.
Em outro vídeo, Ego explica que a tanatopraxia não consegue reverter o processo natural de putrefação de um corpo. Segunda ela, o procedimento pode disfarçar alguns sinais, como diminuir inchaço, mas, se o cadáver já estiver em um estágio muito avançado de decomposição, o caixão será provavelmente fechado, de forma a não permitir a visualização.
Formação
A palavra "tanato" deriva do grego "Thanathos", que significa morte. E
"praxia" deriva de "prática", ou seja, a prática da morte, ou de quando
se dá a morte. É uma profissão que lida com o emocional das pessoas e
influencia lembranças que vão durar anos.
O primeiro contato dela com a profissão foi no velório do pai. Ego
estava triste, mas no momento em que viu a expressão pacífica dele,
disse que, mesmo sem ser religiosa, acreditou que ele tinha ido para um
lugar de paz.
“Quando cheguei ao velório dele, senti paz. Foi muito louco, porque eu estava em choque, em pânico e chorava muito. E quando cheguei ao velório, que seria um momento de chorar, eu senti paz, senti tranquilidade. Eu o via ali, mas ele estava com um semblante sereno e, ao mesmo tempo, eu tocava nele assim, curiosa, tocava porque é meu pai e, embora fosse ele, eu não o sentia ali”, contou.
Anos mais tarde, Ego ouviu a palavra "necropsia" e começou a pesquisar
sobre a área. No entanto, por mais digna que seja a profissão, o que ela
exige é a morte, e ainda há muito tabu em torno do tema, além de
preconceitos com os profissionais do setor.
“Eu me recuso a tocar em uma pessoa que trabalha no necrotério”, “ela
fala com tanta felicidade”, “ela ainda tem a coragem de usar rosa para
parecer inocente”, “eu acho superlegal essa área, mas sei lá, parece que
a pessoa fica suja”. Esses são alguns dos comentários deixados nos
vídeos.
“As pessoas não querem ouvir sobre a morte, as pessoas não querem esse assunto. Muita gente às vezes comenta: "Por que apareceu esse vídeo para mim? Eu não quero ouvir sobre morte'”, comentou. "Mas trabalhando com a morte aprendemos sobre a vida."
Sim, meu nome é Carina Mattei…esse real eh meu sobrenome e qualquer piadinha que vocês possam fazer eu com certeza já ouvi mil vezes na época de escola kkkkkkkkkkk
— ego ⚰️ (@egopodre) November 18, 2023
“Matou quem?” 🤪 https://t.co/i7ncecYFNW
Ego afirma amar o que faz e por isso continua trabalhando em uma área
que tem desafios, como o salário, a falta de regulamentação da profissão
e o preconceito.
obs: o nome “egopodre” não tem nada a ver com a minha profissão, veio muito antes dela. é meu nome como artista pq eu tb faço música, nas redes onde costumo falar mais sobre a profissão meu nome é “egocarina” justamente p/ não acharem q o “podre” tem alguma relação com o trabalho
— ego ⚰️ (@egopodre) October 26, 2023
“Eu enfrento muitas coisas, sim, na internet. Mas tudo foi estudado e é uma profissão que eu tenho muito amor, muito respeito”, afirmou.
E aí, o que achou? Aproveite para acompanhar o Portal Vovo GaTu no WhatsApp, Twitter [1] [2], Instagram, Facebook, TikTok, Threads e no Youtube!
Continue acompanhando o Portal Vovo GaTu
para ficar por dentro de outros conteúdos de entretenimento!
--------------------------------------------------------------------------------------
Enfim, gosta do Portal Vovo GaTu😍? Siga-nos nas redes sociais.
Fique por dentro das noticias, e nao perca nada!😄 Contamos consigo!
Herley costa: