A Meta e o YouTube são acusadas de monitorar usuários sem autorização na Europa.
As companhias estariam utilizando scripts para conferir o comportamento do usuário, mesmo sem consentimento. As informações são do site The Register.
As denúncias foram feitas pelo especialista em privacidade, Alexander Hanff, na Irlanda. Cada companhia foi acusada de um monitoramento diferente.
A queixa contra o YouTube está relacionada ao sistema nativo de detecção de bloqueador de anúncios. A ferramenta é utilizada para interromper a reprodução de vídeos caso exista algum adblocker instalado no navegador.
Para detectar o uso de bloqueadores de anúncios, o Google estaria usando uma espécie de spyware, na visão do especialista. |
"Considero o script do YouTube um spyware — também conhecido como
tecnologia de vigilância, pois é implantado sem meu conhecimento ou
autorização em meu dispositivo com o único propósito de interceptar e
monitorar meu comportamento (se os anúncios são carregados ou não em meu
navegador ou barrados por um bloqueador de anúncios", explicou Hanff.
Quanto a Meta, Hanff acusa a companhia de utilizar tecnologia de monitoramento capaz de observar os hábitos do usuário sem consentimento. O mecanismo seria utilizado para direcionar publicidade com maior precisão.
"As plataformas da Meta, por um período não inferior a cinco anos, a partir de 25 de maio de 2018 até a presente data, implantou ilegalmente tecnologia de vigilância em meus computadores com a finalidade de monitorar meu comportamento, uma vez que não tinha desculpa razoável ou autoridade legal para fazê-lo", disse o especialista ao The Register.
Na perspectiva de Hanff, as companhias teriam infringido as seções 2 e 5 da Lei de Justiça Criminal (Ofensas Relacionadas a Sistemas de Informação) de 2017.
A
seção 2 define que nenhuma pessoa ou empresa pode acessar
intencionalmente um sistema de informação sem uma desculpa razoável.
Enquanto a seção 5 criminaliza a interceptação intencional de
transmissões de dados entre sistemas de informação.
"A Meta não estava autorizada a implantar esses scripts em meus dispositivos e deveria saber que não estava autorizada a fazê-lo como resultado do sinal Do Not Track enviado do meu navegador", pontuou Hanff ao The Register.
Europa é rígida contra rastreamento de dados
Desde 2018, os países que compõem a União Europeia são cobertos pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR). O conjunto de leis é similar à LGPD brasileira e garante que cidadãos da região tenham controle sobre o próprio fluxo de dados.
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