Martina Oliveira conta sobre como entrou no mundo dos sites adultos e comenta rótulo de assediadora e apelido de 'Beiçola da OnlyFans'
Ela foi cancelada nas redes sociais após publicar um vídeo em que
aborda um rapaz, num shopping de Porto Alegre, e aparenta constrangê-lo,
ao exibir fotos suas nuas. Chamada de abusadora por milhares de
internautas, ganhou o apelido ofensivo de "Beiçola da OnlyFans", pelo
corte de cabelo, e viu seu nome despontar nos trending topics do X, antigo
Twitter, no último mês.
Apesar de tudo isso, Martina Oliveira, aos 20 anos, diz não se deixar abalar. Polêmicas à parte, e seguindo a máxima "falem bem, falem mal, mas falem de mim", a gaúcha hoje vive o auge de uma vida financeira que nunca imaginara ter como criadora de conteúdo erótico para a internet.
Conseguindo viralizar nas redes sociais convencionais – como TikTok e
Instagram – e adotando um marketing "agressivo", tão estratégico quanto
peculiar, apelando até para lambe-lambes – "Quer me ver pelada?"– em
muros da cidade, Martina conseguiu se destacar, mesmo que como uma
figura controversa. Suas postagens e vídeos contando sobre experiências
sexuais de todo tipo e questões pessoais ou em que aparece abordado
homens pelas ruas – "Tapa ou beijo?"; "R$ 2 ou um presente secreto?" –
atraíram milhões de espectadores somados.
Muitos desses seguidores
acabaram se interessando e virando também assinantes de suas plataformas
eróticas. A popularidade e o hate fizeram com que ela chegasse
ao top 4 dos perfis mais assinados da plataforma brasileira Privacy.
Hoje, diz ostentar uma renda mensal compatível com a de um jogador de
futebol – cerca de R$ 100 mil. Em entrevista, ela fala sobre o
trabalho e revela as desventuras até se tornar figura bem sucedida no
mundo da "pornografia autônoma".
– No início da pandemia eu tive que largar meu emprego como vendedora de shopping e, precisando de dinheiro, resolvi abrir um negócio on-line de produtos de sex shop. Apesar de muito nova, eu já gostava bastante de sexo e sabia que era um tema com o qual eu gostaria de trabalhar. As vendas deram muito certo, e muita gente que me conhecia perguntava por que eu não abria um perfil no OnlyFans ou Privacy – conta ela, revelando o seu preconceito à época. – Eu dizia que não, xingava as mulheres que faziam isso, achava um horror.
Celular roubado foi 'start'
O tempo passou, o negócio acabou ficando para trás e, com uma trégua dada pela pandemia, ela voltou a trabalhar com carteira assinada no shopping, vendendo películas. Até que, certo dia, um incidente em especial mudou novamente o seu foco.
– Eu já tinha me tornado maior de idade, queria fazer faculdade, tirar carteira de motorista e empreender com os produtos de sex shop estava tirando muito do meu tempo. Então, voltei à CLT e foi durante esse trabalho no shopping que eu fui assaltada. Levaram meu celular, e eu passei a precisar urgentemente de dinheiro.
Então, pensei: "Ok, vou fazer o que todo mundo está falando para eu fazer". Fiz um perfil no Privacy e, no início, tinha medo, vergonha, não mostrava nada. Minha assinatura era super cara, R$ 150. Ninguém assinou na primeira semana. Quando diminuí para R$ 100, algumas pessoas começaram a assinar por curiosidade, e eu consegui fazer uns R$ 2 mil. Quase deu para comprar meu celular novo.
A maioria das gurias se divulga dançando, sendo bonita, sensual... eu não tenho muita coordenação motora, não me dou bem com dancinha
A primeira experiência, então, despertou em Martina o interesse em continuar fazendo, o que até então era uma renda extra, através das plataformas eróticas. Apesar da Privacy e OnlyFans, àquela altura, não estarem rendendo o suficiente, ela descobriu um outro serviço, onde interagia explicitamente através de uma webcam com homens e mulheres do país inteiro. Começou a entrar todos os dias nessas transmissões on-line às escondidas, já que ainda morava com a mãe em Porto Alegre.
– Eu descobri o site Câmera Privê e comecei a fazer lives. Todas as noites eu chegava do trabalho e ficava a madrugada inteira online. A minha mãe começou a perceber que a luz ficava acesa e fazia perguntas... Eu dizia que estava fazendo um freela, inventava mil coisas. Ela chegou a colocar um lençol na porta. Daí, todos os dias eu entrava e conseguia R$ 200, R$ 500. Quando entrava no banho, sabia que conseguiria pelo menos R$ 50 – narra.
Foto pelada custou emprego de carteira assinada
A vida dupla ia de vento em popa, até que uma foto nua que ela tirou no
banheiro do trabalho, no shopping, acabou parando nas mãos dos colegas
de serviço. Não demorou para que o murmurinho chegasse ao empregador.
"Quando meu chefe descobriu, ele não me deu motivo para a demissão, só
disse que iria me desligar", conta. A jovem, então, resolveu investir de
vez nos conteúdos eróticos.
– Eu pensei: vou me jogar de cabeça nisso. Saí de casa, peguei minha rescisão e a coragem que eu tinha e fui morar com uma amiga. Como não precisava fazer nada às escondidas mais, passava o dia inteiro no Câmera Privê e produzindo conteúdo para as outras plataformas. De início comecei a ganhar de R$ 5 mil e R$ 8 mil por mês.
A paz duraria apenas até o seu novo ganha-pão ser descoberto pela mãe, o
que não demorou. Ao receber uma mensagem anônima, a mulher, de 58 anos,
virou uma fera e resolveu cortar relações com a filha.
"Ela ficou muito brava, dizia que eu era puta e não queria me ouvir". Só que, ironicamente, foi também o pontapé para sua popularidade nas redes sociais. Hoje, mãe e filha já voltaram a se falar.
– A minha mãe descobriu o que eu fazia porque alguém mandou uma print para ela do meu perfil erótico perguntando se era esse o motivo pelo qual eu tinha saído de casa – revela. – A gente parou de se falar na época, mas eu continuei a gravar meus conteúdos enquanto estávamos brigadas. Certo dia, resolvi postar um vídeo na minha rede social contando sobre o dia em que ela descobriu que eu tirava foto pelada. Gravei, postei o vídeo com aquela voz engraçada característica do TikTok e, em coisa de 3 horas, quando eu fui olhar de novo, o vídeo já tinha 700 mil visualizações. E eu sem entender nada.
Martina conta que, a partir disso, começou a ganhar seguidores nas redes e todos os dias conseguia muita audiência nos vídeos que publicava.
– Eu contava sobre fetiches, coisas bizarras que via no Câmera Privê, e comecei a ganhar assinantes – diz.
Ela foi juntando dinheiro até conseguir alugar um apartamento sozinha, no início desse ano. Foi quando decidiu investir de vez em atrair assinantes aproveitando a onda de popularidade no TikTok.
– Foi dando muito certo, conseguia monetizar o TikTok e atrair assinantes para o Privacy ao mesmo tempo. A minha renda pulou para R$ 20 mil por mês muito rapidamente e eu percebi que já não precisava mais do Câmera Privê, que era um ambiente mais pesado, onde eu precisava interagir e lidar com bizarrices.
Martina Oliveira também, viralizou
na web após começar a avaliar pênis dos homens na internet.
A tiktoker
cria conteúdo para o Privacy
e recebe frequentemente nudes não solicitados. Mas, foi nessa
importunação que ela viu um novo 'esquema' para ganhar dinheiro, a jovem explicou detalhes do seu novo trabalho.
Martina revelou que cobra R$ 35 reais para fazer a avaliação das imagens
que recebia. “Para mim não é importante o tamanho, mas eles sempre
gostam de saber. Além disso, eu falo do tamanho, da grossura —
principalmente da grossura — e da cor”, disse. Além de elogiar e
aconselhar aos homens como fazer fotos sensuais melhores, ela revelou
que de vez em quando humilha os assinantes.
“Eu noto que quando querem que fale mal, que humilhe (…) Eles gostam mesmo de serem humilhados, aí o papo vai muito mais longe. Eles escutam, querem mais áudios. Um cara todo dia mandava foto e gastava R$ 35 para eu humilhar o pau dele”, relata.
Cancelamento
Martina revela que observar o perfil de Andressa Urach foi o que lhe despertou uma ambição inicial de fazer algo diferente.
– Eu percebi que a Andressa Urach faz umas bizarrices e está em primeiro lugar da Privacy, e que estão no topo do ranking pessoas que causam algo nas pessoas. Aí eu vi o vídeo de uma gringa há um tempo atrás que ia na rua perguntando se a pessoa queria US$ 2 ou um presente misterioso. Aí falei: "Vou fazer minha versão disso".
O projeto piloto foi o que lhe rendeu uma enxurrada de críticas nas
redes sociais. Ela garante que tudo foi combinado previamente e que o
rapaz, que chamou atenção pela surpresa ao ver suas fotos peladas, foi
avisado sobre o que aconteceria.
– O Matheus (jovem abordado no vídeo) foi o único que topou participar naquele dia. Nós gravamos o vídeo e na minha cabeça tinha ficado muito engraçado. Não pensava que seria cancelada por isso. Postei o vídeo, ele viralizou, e no outro dia, enquanto eu estava em São Paulo resolvendo uns problemas, vi que tinha dado merda. Abri os trending topics e estava lá: "assediadora", "Beiçola"... fiquei mal por umas horas, mas pensei: ou eu me explico e ninguém vai ouvir, porque as pessoas só escutam o que elas querem, ou eu continuo fazendo os vídeos para causar. Quem vai entender é o meu público alvo.
Ela diz que, a essa altura, já estava conseguindo ter um lucro de R$
100 mil. A ideia de fazer um conteúdo mais direcionado para homens –
"meu público alvo" – somada à polêmica aumentou ainda mais essa
monetização.
– Eu já estava tirando R$ 100 mil por mês, tirando um dinheiro bom, mas gravava mais coisas engraçadas que atingiam mais mulheres do que homens. Aí, parei para focar nos homens com essas entrevistas na rua. Isso causou muita raiva nas pessoas, mas não parei de gravar. Muito pelo contrário, fui tendo ideias cada vez mais mirabolantes – conta. – Há um mês nessa loucura nova, eu já superei a média e vendi mais de R$ 180 mil.
Questionada, ela lembra também sobre a ideia de colar cartazes pelas ruas de Porto Alegre. A iniciativa provocou a ira de muita gente nas
redes sociais, mas também acabou lhe rendendo dinheiro.
– Essa foi uma ideia que eu tive ainda antes dos vídeos com entrevistas. Eu estava ajudando uma amiga e ela viu umas pessoas na rua colando uns lambes nos postes. Aí ela falo: "por que você não anuncia seu OnlyFans assim?". Eu adorei a ideia e fiz o cartaz: "Quer me ver pelada?", com um QR Code que leva para o meu perfil. Eu pensava: "ninguém vai ser tonto de ler", o que eu queria mesmo é que as pessoas ficassem chocadas. Mas deu bom também, muita gente entrou no QR Code e eu fui parar em vários canais do YouTube por conta disso (risos).
O que o povo quer
Martina revela ainda que tenta sempre publicar pelo menos um conteúdo por dia, mas pode-se dizer que respeita uma média de 4 conteúdos por semana. Segundo ela, seu público prefere os seus vídeos sozinha, onde gostam de "fingir estar com ela". A criadora conta ainda que muitos dos seus assinantes mostram ciúmes quando ela publica vídeos onde faz sexo com outros homens ou mulheres.
– Eu publico explícitos transando com outras pessoas, alguns fetiches também. Mas meus assinantes gostam mais dos meus vídeos sozinha, tipo POV (sigla em inglês para point of view, ponto de vista em português) e eles fingem estar comigo. É algo que eu gosto de gravar também. Quando gravo com homens, tem gente que xinga o cara. Quando gravo só com mulheres, reclamam também. Então tento fazer de tudo um pouco.
Sobre os parceiros escolhidos para essas sessões de sexo gravado, ela afirma que tratam-se de conhecidos ou, na maioria das vezes, outros criadores de conteúdo: um ajuda o outro.
'Pensam que somos putas e que não queremos trabalhar'
Sobre o ódio que recebe nas redes, Martina diz já ter lido "muita coisa", mas que não se deixa abalar.
– Eu acho que até as mulheres odeiam as mulheres que são criadoras de conteúdo. As pessoas pensam que somos putas, que não queremos trabalhar, que é mais fácil, que saímos transando com qualquer um. Eu não tenho nenhum problema com a prostituição, mas não é o mesmo trabalho. As pessoas não estão preparadas para coisas que as deixem desconfortáveis. Entendo que fiquem chocadas, porque é algo novo, e tudo que é novo gera surto – comenta.
Ela revela que chegou a ficar chateada ao ser chamada de assediadora e rechaça o rótulo.
– São muitas mensagens de pessoas falando: "e a louça, está lavada?", "a roupa está passada?". Recebo muita mensagem de gente me xingando, dizendo que tenho que parar de assediar homens na rua, que eu não vou para o céu, mas eu nunca dei bola para essas coisas. Fiquei chateada com a história de "assediadora", mas não me importo muito com o que falam. Me importei, mesmo, com a opinião da minha mãe. Mas o resto...
Em relação à mãe, ela conta que hoje as duas voltaram a se falar:
– Demorou, mas tivemos uma boa conversa sobre o que eu queria para a minha vida. Mostrei os lucros e expliquei tudo, até ela entender realmente. Hoje em dia, a gente conversa bastante, damos risada – conclui.
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