Ele teria sido obrigado a entregar Filó ao Ibama e excluir todos os vídeos dele com o animal em seus perfis de redes sociais
O influenciador Agenor Tupinambá, conhecido por ser o cuidador da capivara Filó e que viralizou por seu zelo com o animal, afirma que foi multado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na terça-feira (18) em mais de R$ 17 mil. O próprio Agenor comentou o caso em seu perfil no TikTok.
Ele teria sido obrigado a entregar Filó ao Ibama e excluir todos os vídeos dele com o animal em seus perfis de redes sociais. Conteúdos com a papagaio Rosa, outro bicho silvestre cuidado por ele, também precisaram ser deletados. Ele tem até seis dias para entregar os dois animais ao órgão ambiental.
De acordo com uma nota em sua conta no Instagram,
o fazendeiro foi denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e
exploração, sob a acusação de retirar Filó e Rosa do seu habitat
natural. Ambos devem ser encaminhados a um centro de tratamento animal.
@agenor.tupinamba nota
♬ Get You The Moon - Kina
Segundo o criador de conteúdo, ele estava indo à faculdade e o coordenador da instituição ligou para ele, avisando que funcionários do Ibama foram ao local tentar contato com Agenor.
"Chamei minha irmã para ir comigo, chegando lá a gente foi para uma sala, o pessoal começou a falar e começou a jogar as informações. Mostraram as multas que eu tinha que pagar, as acusações foram várias", disse, em tom triste.
"Eu vou ter uma reunião amanhã com o pessoal de advocacia e o pessoal jurídico para ver tudo isso sobre as multas, sobre tudo que tá acontecendo. Daí eu tenho uma resposta para vocês. Eu tenho 20 dias para recorrer à minha defesa", completou.
Natural de Autazes (AM), Agenor tem mais de 360 mil
seguidores no Instagram e 1,3 milhão no TikTok. Em entrevista ao site
Bored Panda, disse que Filó apareceu em sua vida quando seu primo,
que morava perto de uma aldeia indígena, viu com vizinhos uma capivara
grávida.
"Quando cortaram a barriga, Filó nasceu e conseguiu sobreviver. Os índios a deram ao meu primo e ele a deu para mim", disse Agenor, que postava vídeos dando banho e trocando afetos com o animal.
O que diz o Ibama
O
Ibama disse em nota que capivaras e bichos-preguiças são animais
silvestres, e que criar ou manter esses animais em casa é proibido pela
legislação brasileira. Segundo o órgão, o criador de conteúdo foi
autuado com base no decreto nº 6.514/2008, que regulamenta a Lei de
Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
"O caso chegou ao conhecimento do Ibama após a morte de um bicho-preguiça que o rapaz, morador da cidade de Autazes (Amazonas), criava em sua propriedade. No local os agentes encontraram um papagaio e uma capivara. Agenor não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse", diz a nota.
"É importante salientar que além de ser crime manter animais silvestres irregularmente, a exposição de espécimes silvestres como pets em redes sociais estimula a procura por esses animais, aquecendo o tráfico de espécies da fauna brasileira", complementa o texto. Além disso, o Ibama diz que a lei brasileira não admite regularizar um animal silvestre adquirido ou mantido sem autorização.
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