A comédia ‘Barba, Cabelo & Bigode‘, novo longa cômico estrelado por Lucas Penteado, já está disponível na Netflix.
A produção foi lançada no último dia 28 de julho na plataforma de streaming.
Na trama, Richardsson (Lucas) luta para salvar o salão de sua mãe, que está prestes a falir. Em busca de dinheiro para quitar as dívidas, ele embarca numa aventura e descobre seu dom inato de fazer cortes estilizados atraindo clientes de toda a periferia carioca.
Em entrevista, Rodrigo França, diretor da nova comédia nacional da Netflix, define o filme como 'muito mais de cura do que de denúncia'; longa estreia nesta quinta
Dirigido por Rodrigo França, o longa trouxe um elenco de peso e majoritariamente negro com nomes como Lucas Penteado, Solange Couto, Juliana Alves, MC Carol e Sérgio Loroza.
As produções nacionais chegam com cada vez mais força ao catálogo da Netflix e, nesta quinta-feira, 28, é a vez de Barba, Cabelo & Bigode estrear no catálogo do streaming.
Barba, Cabelo & Bigode se passa no bairro
carioca da Penha e acompanha Richardsson, um jovem que acaba de terminar
o ensino médio e, contrariando os desejos da mãe, Cristina, quer
realizar o sonho de cortar cabelos no salão dela.
Mais do que retratar a popularização da estética black e das barbearias nas comunidades, o filme se propõe a fazer um retrato honesto e afetuoso das múltiplas culturas refletidas nos subúrbios, favelas e periferias.
Relembre o trailer:
Em entrevista, Rodrigo, que chegou a viver a adolescência no bairro da Penha, conta que o principal objetivo do filme foi quebrar o pensamento de que a cultura negra "é uma só". "Devemos ser iguais em direitos, mas respeitando a nossa subjetividade, principalmente na negritude", ressalta.
Em Barba, Cabelo & Bigode,
o diretor teve a preocupação de respeitar a diversidade de corpos, das
texturas de cabelo e das variações dos tons de pele no elenco. O esforço
em retratar essa multiplicidade se refletiu, até mesmo, na escolha por
Lucas Penteado como o protagonista.
Rodrigo chegou a trabalhar com Lucas em Malhação - Viva a Diferença
e, além de definir o ator como "alguém que namora a câmera como
ninguém", diz que Penteado representou os "vários subúrbios que formam
um subúrbio", já que o ator é natural de São Paulo.
"Na Penha, é possível encontrar pessoas do Norte, do Nordeste, do Sul e de outros lugares do Sudeste convivendo e criando uma estética e uma cultura própria", ressalta o diretor.
Empoderamento é protagonista em Barba, Cabelo & Bigode
A
explosão de buscas por termos que envolvem cabelos afro, crespos e
cacheados foi o que definiu o enredo do novo filme da Netflix. Todos os
penteados retratados no filme partiram de pesquisas sobre as principais
tendências da estética black atualmente.
"A forma
como o Richardsson pinta o cabelo de um dos traficantes, por exemplo, eu
garanto que vai ser a grande moda do Carnaval em 2023", brinca o
diretor.
Mais do que uma questão estética, retratar a beleza de cabelos crespos e cacheados também tem a ver com identidade e "uma luta histórica que se desdobrou hoje", como define Rodrigo.
"Existia, ainda bem que no passado, uma regra cultural nos subúrbios em que meninos negros tinham que passar a máquina no cabelo e meninas tinham que alisá-lo. Eu, que tenho 44 anos, conheci a textura do meu cabelo com 36", conta.
A equipe responsável pelos cortes e
penteados do filme, em grande parte, é originária de subúrbios e
periferias de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. O diretor revela
que, em um único dia, os profissionais ficaram responsáveis por 200
cabelos.
"O filme mostra uma beleza muito real. As pessoas vão poder assistir e vão poder replicar cada cabelo e cada maquiagem", afirma.
Longa questiona limites da comédia através do humor
Barba, Cabelo & Bigode também traz à tona uma questão extremamente debatida, principalmente em coletivos e nas redes sociais: qual o limite da comédia?
É através de um humor "natural" que o longa procura responder à pergunta. "As piadas presentes no filme são leves e inocentes. É um humor que você encontra, até mesmo, dentro das famílias", define Rodrigo, que também conta que os atores tiveram liberdade para adaptar o roteiro.
O diretor explica que limitar o humor não tem relação com cercear a criatividade, mas sim com "ter consciência do que beira o mau gosto". "Não dói e nem tem sofrimento, tem a ver só com uma relação entre postura de vida e responsabilidade", diz.
"Naturalização" é a palavra central de Barba, Cabelo & Bigode.
O filme também procurou questionar a intolerância religiosa ao retratar
uma convivência harmoniosa entre personagens de religiões de matriz
africana e de origem cristã.
"No próprio subúrbio carioca, você tem, dentro de uma mesma família, pessoas que seguem religiões de origem cristã e de matrizes africanas. As interferências (da intolerância) são muito mais externas do que de dentro desses bairros", define o cineasta.
Para Rodrigo, Barba, Cabelo & Bigode chega como um filme "muito mais de cura do que de denúncia". "O entretenimento também é político e não tem a ver com alienação, tem a ver com empoderamento e em encontrar momentos em que precisamos simplesmente sentar e rir", diz.
Além de Penteado, no elenco estão também Solange Couto, Juliana Alves, Rebecca, MV Bill, MC Carol e Sérgio Loroza.
‘Barba, Cabelo & Bigode‘ conta com a direção de Rodrigo França e Letícia Prisco.
Fonte:
Vovo GaTu
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