A forma como as pessoas consomem entretenimento está sempre mudando, e uma tendência que vem crescendo ao longo dos últimos anos, principalmente em tempos de distanciamento social e pandemia de COVID-19, é o streaming.
Enquanto reuniões e convenções particulares são feitas através de plataformas para conferências fechadas como o Zoom e o Google Meet, o streaming é mais amplo, algo como um programa de televisão com interação online em tempo real.
LEIAS TAMBEM: Como fazer live no YouTube, Facebook, Twitch e outras plataformas ao mesmo tempo?
As transmissões ao vivo também ganham espaço ao assumirem o papel de
apresentarem novidades que normalmente seriam reveladas durante grandes
eventos, festivais e outras atividades. Com o cancelamento das versões
presenciais, muitas empresas estão optando pelas lives que, além de
entregarem as informações necessárias, ainda possuem um alcance global.
Uma opção para todos os assuntos
O streaming tem imensa afinidade com a área de games. Com a
transmissão via internet, fica fácil acompanhar qualquer partida e
torcer por times que estão jogando em qualquer lugar do mundo.
Em países como a Coreia do Sul, as lives de esports são tão comuns que há até mesmo um canal de TV por assinatura dedicado a gaming chamado OnGameNet (OGN). Além de transmitir jogos e campeonatos tanto na internet quanto na televisão, a emissora também produz conteúdo para os dois meios. No Brasil, canais pagos como a ESPN e a SporTV transmitem partidas de torneios online de títulos como League of Legends e Counter-Strike.
Mas outros assuntos também tem muito espaço no streaming. O YouTube, que é conhecido por sua ampla oferta de vídeos sob demanda, teve lives que se destacaram, como foi o caso do debate eleitoral de 2018, a transmissão do campeonato Free Fire Pro League 2019 e os shows feitos durante o período de isolamento social no país.
O YouTube tem uma seção dedicada às lives |
Até mesmo a plataforma Twitch, muito popular entre o público gamer, é derivada de um outro site de transmissões bem mais abrangente. Em 2007, Justin Kan criou um site chamado Justin.tv onde mostrava sua vida 24 horas por dia, sete dias por semana, usando uma webcam posicionada em sua cabeça. O chamado lifecasting de Kan durou cerca de oito meses, e, quando acabou, o site foi modificado para abrir espaço a todos que quisessem criar seus próprios canais e fazer lives.
Canais de pessoas jogando começaram a pipocar na plataforma, e então
veio a decisão de criar outra marca e outra página para gerenciar melhor
esse assunto. Foi assim que, em 2011, nasceu a Twitch, que foi comprada
pela Amazon três anos depois.
Parcialmente responsável pela popularização do streaming como o conhecemos hoje, depois de alguns anos a Twitch começou a expandir para outras áreas, incluindo apresentações relacionadas a jogos como a E3, levando as novidades para muito além do evento físico em tempo real. Consequentemente, as marcas de games entraram na jogada e passaram a produzir conteúdo específico para lives, adotando o formato como parte do calendário de revelações da empresa e, eventualmente, até abandonando o formato considerado tradicional para anunciar jogos e novidades ao longo do ano.
Nos últimos anos, a Twitch fechou o ciclo e, assim como era na época
de Justin.tv, passou a apresentar outras categorias destinadas a
conversas, culinária e até produção musical — alguns artistas, como o
rapper e produtor do Linkin Park, Mike Shinoda, e o brasileiro Marcelo D2, passaram a fazer lives produzindo música e recebendo feedback do público em tempo real.
Uma terceira opção que aparece em destaque no quesito streaming é o Facebook, que está investindo em manter sua plataforma convidativa para os criadores de conteúdo sobre jogos. A rede social conta com uma aba dedicada à sua seção de Gaming, além de um aplicativo gratuito nos dispositivos Android que reúne livestreams, chat e até mesmo alguns minigames. Em junho de 2020, a empresa firmou uma parceria com a Microsoft para migrar os criadores de conteúdo do Mixer, serviço de streaming que foi descontinuado.
Como fazer lives (de games)
Começar a fazer streaming de jogos pode ser tão simples quanto clicar
em um botão, mas para tirar o melhor proveito da experiência e
transformar sua transmissão em algo único é necessário conferir algumas
etapas.
Consoles como o Xbox One e o PlayStation 4 conseguem fazer
transmissões diretamente do aparelho, sem a necessidade de passar por um
computador, mas o resultado pode ser um pouco limitado: não há como
editar os elementos visuais do conteúdo, como colocar uma caixa com o
chat ou inserir uma imagem na tela.
Para quem quer começar a transmitir diretamente do console, é necessário vincular a conta da Twitch. No Xbox One, o jogador vai precisar ligar algumas opções para que seja possível compartilhar a tela do game diretamente. No menu de “Configurações”, você deve acessar o submenu de “Conta” e alterar algumas permissões da Privacidade do Xbox Live, que contém uma opção específica para transmissão de jogabilidade. Um passo a passo de como acessar essas Configurações está disponível no site da Twitch. O início e fim da transmissão são feitos através do aplicativo da Twitch.
No PS4, basta ter suas contas da Twitch ou YouTube conectadas para
conseguir compartilhar a jogatina através do botão Share do controle,
que dá a opção de iniciar uma stream em uma das plataformas. Caso tenha
uma PlayStation Camera, é possível acrescentar o vídeo da câmera à live.
No Nintendo Switch, ou para ter mais liberdade na hora de personalizar a stream, o jogador terá que usar uma placa de captura para que o vídeo e áudio passem pelo computador responsável pela transmissão antes de voltarem para a televisão. Um modelo comumente utilizado é a Elgato, mas existem outras placas de captura no mercado.
Dicas de streaming
Para um bom resultado, é interessante ter um computador equipado com
fones de ouvido, microfone, webcam e placa de captura (se for transmitir
jogos de algum console).
Não tem tudo isso? Não tem problema — basta um PC com fones de ouvido e uma webcam para começar |
Não há uma regra declarada quanto aos requisitos mínimos de hardware para fazer lives, mas alguns aspirantes a streamer podem encontrar dificuldades caso o PC escolhido não tenha boa memória ou placa de vídeo. Se estiver jogando diretamente do computador, tenha em mente que as configurações devem ser capazes de rodar o jogo e ao menos o programa de transmissão ao mesmo tempo.
Esse programa de transmissão nada mais é do que um software onde você
pode organizar os elementos que quer que apareçam para o público, como
layout personalizado, tela do jogo e webcam. Existem opções gratuitas e
pagas, como o OBS e o XSplit, respectivamente. Há também uma versão
inteiramente online, que elimina a necessidade de fazer download de
aplicativos, chamado StreamElements
— esse também é gratuito, mas pode acabar sendo um pouco mais pesado e
apresentar lentidão, dependendo das configurações do PC e navegador
utilizados.
Usar uma webcam durante as transmissões não é uma regra, mas é interessante para criar uma ligação mais pessoal com o público. Há casos em que o streamer conseguiu construir uma grande comunidade e ganhar reconhecimento sem mostrar o rosto, como LIRIK, que chegou a ser um dos maiores criadores da Twitch. Mas é mais fácil interagir e mostrar sua personalidade quando as pessoas podem ver suas reações.
O sucesso de uma live depende muito de como você interage com as
pessoas que estão assistindo. Tenha em mente que os espectadores estão
ali para se divertirem junto com você — ou se divertirem enquanto você
sofre para derrotar um chefão particularmente difícil de algum jogo.
Como ganhar dinheiro com lives
Além de possibilitar o compartilhamento de momentos incríveis, o streaming pode ser monetizado para trazer uma renda extra a quem está transmitindo. Plataformas como Twitch, YouTube e Facebook oferecem meios de ganhar dinheiro com lives, desde que algumas regras sejam cumpridas.
As regras variam entre as plataformas, portanto, fizemos um pequeno
compilado de informações abaixo para que você comece a entender esse
mundo.
Monetização na Twitch
O caminho para monetizar o canal na Twitch é explicado por uma série de objetivos na página de Conquistas, acessível pelo streamer no dashboard. Lá, é possível monitorar os números necessários para passar para o próximo nível.
A página de Conquistas mostra em detalhes os requisitos de cada objetivo |
Os diferentes níveis de parceria do serviço de streaming garantem
novas vantagens tanto para quem faz a live quanto para quem assiste.
No primeiro nível, o streamer se torna Afiliado da plataforma e os espectadores passam a poder se inscrever no canal — ou seja, pagar um valor mensal para apoiar quem faz as transmissões. Como forma de incentivo para que as pessoas se inscrevam, a Twitch disponibiliza emotes exclusivos e um ícone ao lado do nome de quem for inscrito no canal, e ambos são personalizáveis.
O ícone indica há quanto tempo o usuário está inscrito, e os emotes
podem ser utilizados no chat de qualquer canal. Os Afiliados também
podem receber Bits dos espectadores, uma moeda da plataforma que conta
como uma doação de valores pequenos — um Bit é o equivalente a um
centavo de dólar.
Quando se torna um Parceiro da Twitch, o canal desbloqueia o distintivo de verificado, além de conseguir ainda mais espaço para emotes personalizados, personalização para os emotes relacionados aos Bits, possibilidade de transmissão em equipe, transmissões anteriores ficam salvas por mais tempo, e as taxas de pagamento passam a ser cobertas pela empresa — na categoria anterior, o Afiliado arca com as taxas das transferências de pagamentos.
Uma vantagem da Twitch é que a plataforma tem recompensas para quem
assina o serviço Amazon Prime, dando direito a uma inscrição gratuita
por mês e até mesmo jogos de graça, como no caso da parceria com a SNK, além de oferecer itens e melhorias para os jogos da Riot Games (League of Legends, Legends of Runeterra, Teamfight Tactics) e Apex Legends, por exemplo.
Essa é uma boa hora para investir em um canal na plataforma pois o público está crescendo. “Com certeza vimos um aumento no uso da Twitch nas últimas semanas, tanto em streamers quanto em público”, diz Winter, e completa:
Estamos vendo níveis recordes de interesse à medida que as pessoas buscam entretenimento online, além de conexão e comunidade.
Monetização no YouTube
Qualquer pessoa que tenha um canal no YouTube é capaz de fazer uma transmissão ao vivo, mas há um processo um pouco mais complicado para
conseguir implementar monetização através do Super Chat e Super
Stickers.
Para ganhar dinheiro com as lives no YouTube, é necessário fazer parte do Programa de Parceiros da plataforma. Para isso, o canal deve ter mais de mil inscritos e somar mais de 4 mil horas de exibição nos últimos 12 meses, além de ter uma conta do Google AdSense vinculada e seguir as políticas de monetização do YouTube.
Há uma lista de verificação para checar se você tem o que é necessário. Clique aqui para conferir.
Após fazer a solicitação para entrar no Programa, ela será avaliada por
uma equipe de revisores humanos, levando em conta todo o conteúdo do
canal. O YouTube afirma que o processo pode durar cerca de um mês.
Após conseguir o status de Parceiro, seus espectadores poderão usar as funções de Super Chat e Super Stickers nas transmissões ao vivo e estreias.
Há também um novo recurso chamado de Clube, que permite que os
espectadores colaborem com pagamentos mensais para receber benefícios
exclusivos, como ícone exclusivo de membro, acesso a publicações
exclusivas para participantes do Clube e ao chat exclusivo (caso o
streamer utilize esses recursos), entre outros.
Para criar um Clube para o seu canal, é necessário fazer parte do Programa de Parceiros, além de ter mais de 18 anos, e não ter conteúdo destinado ao público infantil. Caso o seu canal seja voltado a games, o mínimo de inscritos necessários para desbloquear a função é de mil. Se o canal tiver foco em outros assuntos, o mínimo é de 30 mil inscritos — no momento de publicação dessa matéria, a página de ajuda do YouTube diz que há planos para ampliar a disponibilidade do recurso no futuro.
Monetização no Facebook
Embora seja o mais recente dos três a embarcar no streaming de jogos,
o gerente de parcerias do Facebook Gaming, William Pimenta, revela que o
Brasil está entre os cinco países que mais assistem lives desse tipo na
plataforma:
Os jogos são uma atividade popular no Facebook, com 700 milhões de pessoas ao redor do mundo jogando, assistindo a um streaming ou participando de um grupo sobre jogos no Facebook. O Brasil tem uma comunidade de gaming forte e engajada.
Para aproveitar o público e começar a monetizar suas transmissões, é
necessário ingressar no programa Level Up, voltado a ajudar os streamers
a gerarem receita através das lives.
O Level Up está disponível para criadores de conteúdo selecionados.
Para se candidatar, o streamer deve ter mais de 18 anos e uma página da
categoria “criador de vídeo de jogos”, além de cumprir certos
requisitos, como ter feito ao menos quatro horas de transmissão em dois
dias nos 14 dias anteriores à inscrição e ter cem seguidores ou mais na
página, que deve estar ativa há pelo menos 14 dias. Clique aqui para ver a página oficial sobre o assunto.
Ao cumprir os requisitos para ativar a monetização na página e ingressar no Level Up, os espectadores poderão enviar Estrelas durante as transmissões. Para cada Estrela enviada, o dono da página recebe US$ 0,01.
Outra forma de ganhar dinheiro com o Facebook Gaming é através da
Assinatura de fãs, que funciona como uma inscrição da Twitch ou o Clube
do YouTube. Para ser elegível, o criador de conteúdo deve ter uma
comunidade estabelecida de ao menos 250 espectadores que retornam
semanalmente, além de ser parceiro Level Up.
Seção de Gaming do Facebook conta com lives, jogos e torneios |
Como forma de incentivar ainda mais as interações e popularizar a área dedicada, o Facebook está investindo em novas ferramentas. Segundo Pimenta:
Em abril, lançamos um recurso de torneio no Facebook Gaming, desenvolvido para apoiar eventos e campeonatos de jogos ao vivo. Qualquer pessoa pode iniciar ou participar de um torneio e tudo acontece virtualmente, desde o chaveamento até as tabelas de classificação.
Outros serviços
Além dos três citados acima, existem outros serviços como a Nimo TV, que se destaca ao permitir que o jogador faça stream diretamente do celular para a plataforma, o que atraiu muitos jogadores de Free Fire, PUBG Mobile e outros.
E falando em Free Fire, a Garena, responsável pelo jogo, também possui um serviço de streaming chamado Booyah.
Com foco no jogo de tiro mobile, o aplicativo pode ser acessado tanto
no PC quanto em dispositivos móveis com iOS ou Android. Além de assistir
a transmissões ao vivo, também é possível ver e editar vídeos curtos
para publicar no Booyah. Streamers populares podem ganhar a moeda
premium do jogo: os diamantes.
As lives são uma ótima maneira de compartilhar momentos com outras pessoas, sejam elas conhecidas ou (ainda) não. Mesmo sem os incentivos de monetização, fazer streams pode ser divertido, e criar sua própria comunidade é como estender seu círculo de amizades.
Seja para discutir assuntos sérios, para aprender uma nova receita ou
só pra ver alguém perdendo diversas vezes para o mesmo chefão de
videogame, assistir uma transmissão dessas também proporciona uma
excelente troca de ideias, experiências e uma oportunidade para conhecer
gente nova que compartilha dos mesmos interesses que você.
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