Facebook e WhatsApp são bloqueados em Mianmar após golpe militar

 Após o golpe de Estado em Mianmar na última segunda-feira (1), o novo governo militar ordenou que todas as empresas de telecomunicações da região bloqueiem o WhatsApp e o Facebook. Segundo autoridades do governo, as redes sociais lideradas por Mark Zuckerberg "trazem instabilidade" para o país e as empresas têm até meia-noite do dia 7 de fevereiro para tirar as plataformas do ar. As informações são do serviço de monitoramento da internet, NetBlocks, e da empresa de telecomunicação Telenor Myanmar.
Novo governo justificou o bloqueio como um ato de "maior benefício público e do Estado" (Fonte: Philip Fong/ AFP)

Cerca de 27 milhões de pessoas usam a rede social no país, aproximadamente metade da população. Ao tentar entrar no site, o usuário é redirecionado para uma página explicando que o governo proibiu a rede em um ato de "maior benefício público e do Estado". Segundo o TechCrunch, também foram bloqueados os aplicativos Messenger e Instagram. Não se sabe quanto tempo irá durar a proibição.

O provedor de internet Telenor Myanmar alegou que, embora a diretiva tenha base legal na lei do país, a empresa expressa "sérias preocupações em relação à violação dos direitos humanos"

Manifestações

Nos últimos dias, "democracia" e "Salvar Mianmar" foram amplamente utilizados no Facebook. Antes disso, os protestos contra o golpe já estavam a todo vapor na rede social. Usuários mudaram suas fotos de perfil para retratos da líder Aung San Suu Kyi - eleita democraticamente em 2016 - ou para a bandeira do partido Liga Nacional pela Democracia. Um porta-voz do Facebook afirmou que a empresa já está em contato com as autoridades para restabelecer a conectividade no país.

O golpe

Após prenderem Aung San Suu Kyi e outros membros de seu governo, militares de Mianmar anunciaram na madrugada de segunda-feira (1) que tomaram o poder do país asiático.

Em um comunicado transmitido pela emissora de televisão militar, o grupo afirmou que a autoridade máxima do país foi dada para o comandante, Min Aung Hlaing. Também foi declarado estado de emergência no país.

Aung San Suu Kyi enfrenta a acusação de possuir walkie talkies adquiridos ilegalmente. Relatórios indicam que a líder seria julgada por traição, mas ainda não há confirmação do novo governo.

 

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