Redes sociais enfrentam nova realidade após suspensão de Trump

 As gigantes das redes sociais deram um passo sem precedentes ao fechar as contas do agora ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, e de muitos de seus apoiadores. Agora enfrentam o dilema de se esforçar para permanecer politicamente neutras, enquanto promovem a democracia e a liberdade de expressão.

Depois da violência sem precedentes na sede do Congresso americano, plataformas como Facebook, Twitter, YouTube e Snapchat, de propriedade do Google, silenciaram Trump ao suspender suas contas para impedi-lo de incitar novos episódios violentos.


A rede social alternativa Parler, um refúgio da extrema direita, foi forçada a se desconectar quando a Amazon retirou seu serviço de "hosting".

Essas proibições, que por um lado abriram novos caminhos para as empresas da Internet, por outro destruíram a noção de que são plataformas neutras, abertas a qualquer pessoa que expresse qualquer tipo de opinião.

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"Banir Donald Trump foi para as redes sociais como atravessar o Rubicão, e agora não podem voltar atrás", comentou Samuel Woolley, professor e pesquisador do Centro de Engajamento de Mídia da Universidade do Texas.

"Até agora, seu maior objetivo era promover a liberdade de expressão, mas os acontecimentos recentes mostraram que não podem mais fazer isso".

O chefe do Twitter, Jack Dorsey, defendeu na semana passada a proibição de Trump, mas reconheceu que foi o produto de seu "fracasso em promover uma conversa saudável".

Além disso, "estabelece um precedente que considero perigoso: o poder que um indivíduo ou uma empresa tem sobre parte da conversa pública global", disse.

As plataformas culparam o presidente Donald Trump por encorajar seus partidários a invadir o Congresso em 6 de janeiro


Javier Pallero, diretor de políticas da organização de direitos digitais Access Now, afirmou que a proibição de Trump poderia marcar o início de uma nova maneira para as redes sociais lidarem com conteúdo perigoso, incluindo o de líderes políticos.

"As empresas reagiram aos apelos à violência do presidente dos Estados Unidos e foi uma boa decisão. Mas falharam em outras regiões como Mianmar", onde as redes sociais têm sido usadas para perseguições, disse Pallero.

- Direitos humanos em primeiro lugar? -

Em algumas regiões do mundo, as plataformas estão sendo forçadas a escolher entre seguir as leis nacionais ou priorizar os princípios dos direitos humanos, observou Pallero.

"Pedimos às plataformas que coloquem os direitos humanos em primeiro lugar. Às vezes o fazem, mas as decisões sobre a governança do conteúdo sempre são frustrantes de alguma forma", disse ele.

Em regimes autoritários com leis restritivas, as plataformas "deveriam permanecer e dar voz aos ativistas pela democracia... No entanto, se forem forçadas a identificar dissidentes ou censurá-los, provavelmente devem partir. Mas não sem lutar", acrescentou Pallero.

Woolley estima que as redes sociais que baniram Trump agora provavelmente serão pressionadas a tomar medidas contra líderes com estilo semelhante que abusam das plataformas. 

"Não podem simplesmente banir um político nos Estados Unidos sem tomar medidas semelhantes em todo o mundo", disse ele. "Seria visto como priorizar os Estados Unidos de uma forma que seria considerada injusta."

© - Donald Trump tenía cerca de 80 millones de seguidores en Twitter

- O poder da plataforma -

Até recentemente, as plataformas davam aos líderes mundiais alguma margem de manobra, já que seus comentários poderiam ser considerados de interesse público, mesmo que fossem inflamatórios. 

E tirar plataformas de Trump ressaltou o imenso poder de um punhado de redes sociais sobre o fluxo de informações, destacou Bret Schafer, pesquisador da organização sem fins lucrativos Alliance for Securing Democracy.

"Uma das coisas que os obrigou a agir foi que vimos a retórica do presidente se manifestar em violência no mundo real", disse Schafer. "Esse pode ser o limite onde a linha é traçada".

Mas ele destacou as inconsistências na aplicação dessas políticas em outras partes do mundo, mesmo em regimes autoritários.

"Discutir o fato que os líderes de alguns desses países podem ter uma conta quando seus cidadãos não podem participar da discussão é um argumento legítimo", disse Schafer.

As empresas da Internet provavelmente enfrentarão exigências regulatórias crescentes após os recentes distúrbios.

Karen Kornbluh, que chefia a iniciativa de inovação digital e democracia do German Marshall Fund, disse que qualquer ajuste regulatório em potencial deve ser modesto, para evitar que governos acabem regulando o discurso online.

Ele acrescentou que as plataformas devem ter um "código de conduta" transparente que limite a desinformação e o incitamento à violência, e que devem ser responsabilizadas se não cumprirem esses termos.

As plataformas poderiam usar algum tipo de "disjuntor" para evitar que o conteúdo incendiário se torne viral, da mesma forma que Wall Street age quando há mudanças extremas.

 

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Fonte: Vovo e GaTu
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