Em meio ano, vendas de jogos chegam a um patamar recorde que só se compara aos números do ano inteiro de 2010
A pandemia de Covid-19 está mexendo radicalmente com hábitos de consumo, e os videogames acabam se beneficiando de mais pessoas presas em casa. Uma nova pesquisa nos Estados Unidos mostra que os gastos com jogos eletrônicos disparou em 2020, alcançando a maior marca dos últimos 10 anos em apenas 6 meses.No primeiro semestre do ano, os gastos com jogos chegaram ao patamar de US$ 6,6 bilhões, o que é maior do que todos os anos inteiros da última década. Apenas em 2010 os gastos anuais chegaram a US$ 7 bilhões. Com mais meio ano pela frente, é muito provável que essa marca seja superada com grande folga.
De acordo com a pesquisa da NPD, as vendas no primeiro semestre aumentaram em 19% na comparação com o mesmo período de 2019 e na comparação entre junho de 2019 e 2020 o aumento foi de 26%.
A pesquisa não faz a relação direta entre a pandemia e o aumento nas vendas de videogames, mas a correlação é óbvia. Sem poder sair de casa, mais pessoas estão buscando entretenimento doméstico, e os jogos eletrônicos podem proporcionar boas horas de fuga durante a crise.
O crescimento pode ser uma boa notícia para Sony e Microsoft, que se preparam para lançar o PS5 e o Xbox Series X no fim do ano. Existe uma preocupação com os consoles de que talvez a demanda seja reduzida devido à crise econômica global causada pelo vírus, mas esses indicadores deixam claro que, ainda que as pessoas tenham menos dinheiro para gastar com eletrônicos, elas talvez estejam mais dispostas a investi-lo em entretenimento. Não à toa, surgiram nesta semana os rumores de que a Sony mandou aumentar em 50% a produção do PS5, o que indica confiança de que a demanda será alta.
Não é diferente do que está acontecendo com a Netflix. A empresa tem visto um crescimento expressivo como resultado de centenas de milhões de pessoas presas em casa. No primeiro semestre do ano, a empresa viu sua base de assinantes aumentar em 26 milhões, basicamente igualando todo o crescimento visto em 2019.