Em 27 de abril de 2012, uma equipe de cientistas do Discovery Channel conduziu um teste de queda (crash test) de avião em escala real perto de Mexicali, no México. A aeronave utilizada foi um Boeing 727-200, registrado sob a matrícula XB-MNP, e anteriormente N293AS, adquirido pela produtora de televisão.
O local no México foi escolhido porque as autoridades dos Estados Unidos não permitiram a realização do teste. Várias licenças federais do governo mexicano foram necessárias antes que o voo, controlado remotamente, e o acidente pudessem ser realizados. Além disso, as autoridades mexicanas estipularam que a aeronave deveria ser pilotada por pessoas a bordo durante parte do voo, uma vez que estaria sobrevoando uma área povoada.
A aeronave decolou do Aeroporto Internacional General Rodolfo Sánchez
Taboada, em Mexicali, com a tripulação e vários bonecos de teste de
impacto. À medida que o voo avançava em direção ao deserto de Sonora,
seus ocupantes pularam de pára-quedas em segurança pela escada ventral
do 727.
O comandante Jim Bob Slocum foi o último a deixar o jato, quatro
minutos antes do impacto, que passou então a ser controlado remotamente
por Chip Shanle, um ex-piloto da Marinha dos Estados Unidos, a partir de
outro avião voando logo atrás do Boeing.
Acelerômetros triaxiais foram posicionados em três locais ao longo do
piso da cabine da aeronave para registrar os dados das cargas do
impacto, além dos presentes nos corpos dos 15 bonecos. Dados de vídeo
também foram coletados, os quais foram usados para visualizar a
dinâmica do acidente.
O jato atingiu o solo a 140 milhas por
hora (230 km/h), com uma taxa de descida de 1.500 pés por minuto (7,6
m/s). Com o impacto, o Boeing 727 se dividiu em várias seções, com a
seção dianteira sendo arrancada da fuselagem.
A conclusão desse teste foi que, em um caso como esse em que a aeronave atinge o solo dessa forma, os passageiros na frente de uma aeronave estariam em maior risco em um acidente.
Os passageiros sentados mais perto das asas do avião teriam sofrido lesões graves, mas não fatais, como tornozelos quebrados. Os manequins de teste perto da seção da cauda estavam praticamente intactos, portanto, qualquer passageiro provavelmente teria saído sem ferimentos graves.
No entanto, em outros acidentes, como quando a cauda atinge o solo primeiro, como foi o caso de um Boeing 777 que caiu pouco antes da pista de San Francisco, o inverso pode ser aplicável.
A posição típica de preparação das pessoas para o impacto, ao abraçar as pernas, foi considerada uma proteção contra concussões e lesões na coluna, apesar de criar cargas adicionais nas pernas que podem resultar em fraturas nas pernas e/ou tornozelos.
Câmeras internas no acidente ainda capturam a cena caótica de bagagens de mão caindo dos compartimentos de bagagem (bins) e atingindo os bonecos. Os sistemas de iluminação e oxigênio do avião também desmoronaram acima dos assentos em direção à frente do avião. Ninguém teria sobrevivido da linha 7 em diante, descobriram os estudos.
Os painéis do compartimento de bagagem já foram aprimorados desde que o 727 foi construído até a data do teste, mas os cientistas alertaram que os riscos da bagagem de mão continuam sendo uma preocupação hoje, porque os passageiros estão levando a bordo mais bagagens e mais pesadas para evitar taxas.
O teste foi semelhante ao acidente 19 de julho de 1989, de um voo da United Airlines em Sioux City, Iowa. O motor da cauda daquele avião falhou em um voo de Denver para Chicago, e o avião caiu e se quebrou em pedaços, com separação da seção frontal, exatamente como no teste. Enquanto 111 pessoas morreram no acidente, outras 185 sobreviveram, incluindo os três pilotos no cockpit.
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