O presidente Lula (PT) assinará ainda nesta quarta-feira (06) um decreto para trocar a plataforma de comunicação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).
O Sisbin, que é um conjunto de instituições governamentais que produzem atividade de inteligência, utiliza o WhatsApp para emitir informações de segurança nacional.
De acordo com o g1, o mensageiro mais popular do mundo será substituído por um sistema seguro de comunicação que terá criptografia de Estado, assim como as urnas eletrônicas.
A
nova aplicação garantirá, por exemplo, rastreabilidade dos documentos
sigilosos compartilhados. Também haverá níveis diferentes de acesso, já
que o Sisbin é integrado por 48 órgãos públicos que têm diferentes
relevâncias para a segurança nacional.
“A Marinha e o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], por exemplo, fazem parte do Sistema Brasileiro de Inteligência. Ambas são importantes para o sistema, mas é preciso uma categorização. A Marinha cuida da segurança nacional. Assim, um documento sobre um submarino, que é supersensível, é tratado da mesma forma que uma informação vinda do Incra, que sequer tem um setor de inteligência consolidado como a Marinha”, argumentou um especialista em inteligência ouvido pelo g1.
A nova plataforma de comunicação Sisbin será separada por
instituições que cuidam da defesa externa do país, da segurança interna e
das relações exteriores.
Instituições que participam do Sisbin, mas não tratam sobre assuntos de inteligência, como o Ministério da Saúde, por exemplo, participarão como órgãos dedicados e associados.
Comunicação ultrassecreta pelo WhatsApp
Há
algum tempo já se sabe que o governo brasileiro utiliza o WhatsApp para
fazer comunicações de segurança nacional. Em abril, a Folha de São Paulo revelou que funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informaram via app de que os atos golpistas aos 3 Poderes poderiam acontecer, por exemplo.
O então ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, chegou a criticar o fato de que órgãos brasileiros utilizam o software da Meta para compartilhar informações sensíveis.
“Não é adequado que informes de inteligência confidenciais de um país
sejam repassados por meio de um aplicativo de mensagem de uma empresa
privada de uma nação estrangeira. Não se trata de xenofobismo nem
conspiracionismo. Estamos tratando de soberania nacional”, escreveu nas
redes sociais.
Cappelli argumentou ainda no período que outros países criaram toda uma estrutura de segurança cibernética para realizar comunicações estratégicas. Ele citou o descaso com o tratamento das informações, lembrando da invasão de e-mails da ex-presidente Dilma Rousseff.
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g1, Sisbin
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