Age of Empires 2 não é apenas um dos melhores jogos de estratégia em tempo real de todos os tempos, mas também se tornou uma ferramenta de uso científico. Profissionais da Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth realizaram um estudo no qual usaram um “algoritmo controlado por computador”.
Nada de especial no início, até descobrirmos que esse “algoritmo” era na verdade o game Age of Empires 2. A versão original do emblemático RTS (Real Time Strategy = Estratégia em Tempo Real) da Microsoft que foi lançado há 24 anos como um grande aliado dos pesquisadores para desvendar os mistérios da guerra entre formigas.
Age of Empires 2 e o estudo científico das formigas
Começamos a entender por que os cientistas usaram o Age of Empires 2 para o estudo quando descobrimos que o título é "Campos de batalha complexos favorecem soldados fortes em vez de grandes exércitos na guerra animal". A primeira intenção era demonstrar que as guerras entre formigas têm um funcionamento que pode ser explicado pelas Leis de Lanchester.
Vamos simplificar, caso contrário os conceitos se acumularão. Esta teoria poderia ser resumida assim: o poder vence a quantidade quando o número de tropas em combate é pequeno, por outro lado, a quantidade vence o poder quando o número de tropas em combate é maior.
Por que usaram Age of Empires?
Porque é muito fácil aplicar a citada Lei de Lanchester no videogame. Um soldado de infantaria sempre perderá contra um cavaleiro, mas se colocarmos 10 cavaleiros contra 100 soldados as coisas ficarão muito complicadas.
Todos os jogadores aplicam esse conhecimento intuitivamente e dominá-lo
costuma ser a diferença entre ganhar ou perder uma partida.
Nesse sentido, o jogo ofereceu um contexto para testar hipóteses com conforto e sem causar a morte desnecessária de milhares de formigas inocentes. Além disso, o game contém essas duas unidades já mencionadas que são úteis para estudo. Os cavaleiros, puro poder e a unidade mais forte do jogo, e os soldados com espadas de duas mãos, que têm o menor poder de combate.
As formigas estudadas
Os pesquisadores concentraram seu estudo em duas espécies específicas. As formigas carniceiras (nativas da Austrália), que são fortes, mas vivem em pequenas colônias, e as formigas argentinas (invasoras), que têm 3% do tamanho das citadas, mas vivem em sociedades extremamente populosas. É fácil ver como as coisas se comparam. Os cavaleiros também são claramente superiores em combate do que a infantaria. Trata-se de medir a força dos números versus o poder absoluto para criar um modelo que possa ser aplicado ao contexto dos animais.
- Formiga australiana = cavaleiros
- Formiga argentina = infantaria
Feita essa comparação, as simulações começaram em Age of Empires 2. Usando o criador de batalha personalizado, eles propuseram dois tipos diferentes de cenários. A primeira ocorreu em campo aberto (a) e a segunda em um mapa formado por três ruas estreitas (b). O que descobriram é que, em ambos os casos, o número de cavaleiros derrotados tendia para 100% à medida que aumentava o número de infantaria.
No entanto, havia duas diferenças. Nos combates de curta distância, foram necessários mais soldados para alcançar a vitória e, além disso, houve mais baixas em suas tropas. Ou seja, era uma condição favorável para os cavaleiros. Uma situação estilo o filme 300: combatentes mais fortes e em menor número tendem a superar combatentes mais fracos e em maior número - em um campo de batalha menor, essa vantagem é ainda maior.
Concluída
a simulação em Age of Empires 2, eles realizaram um teste muito
semelhante com formigas reais, chegando à mesma conclusão. As formigas carnívoras nativas da Austrália também tiveram mais facilidade para vencer batalhas contra as formigas invasoras argentinas, quando os cenários favoreceram confrontos entre grupos menores.
Fizeram-no com força estatística suficiente para que a experiência fosse considerada válida e publicada na revista PNAS. Meio de prestígio que possui técnicas de revisão por pares e faz parte da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos
O que exatamente o estudo alcançou?
Para mostrar que nós, humanos, também somos culpados por isso. As espécies invasoras se movem graças às pessoas que as deslocam e se instalam em terras manipuladas pelo homem. Esses tipos de áreas costumam ter uma distribuição mais parecida com a do campo aberto do que com a dos combates de rua.
Nesse sentido, as formigas argentinas possuem vantagem tática na luta por território.
Sabemos também que, ao manipular a sua área de combate para que tenham
de lutar em áreas mais semelhantes à natureza ou geradas artificialmente
para criar corredores estreitos, podemos fazer com que as formigas
nativas australianas afirmem a sua força sobre o número dos seus rivais
invasores.
Age of Empires 2 não só salvou a vida de milhares de formigas inocentes, como também foi uma ferramenta de marketing sensacional para o estúdio. Os insetos não costumam ocupar posições de destaque nas páginas de videogames, mas hoje tiveram seu dia ao sol.
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