Grande sucesso da Sony, acessório inovou ao introduzir a ideia de som que você ouve em qualquer lugar
O Walkman completa 40 anos neste dia 1º de julho. Primeiro reprodutor portátil da história, o aparelho da Sony marcou diferentes gerações, totalizando mais de 385 milhões de unidades vendidas. Além disso, ajudou a criar a cultura de ouvir músicas em qualquer lugar, hoje algo super comum com os smartphones.
O dispositivo nasceu a partir da necessidade de executivos japoneses de ouvir ópera durante os longos voos internacionais. Com o passar do tempo, seu impacto na cultura popular foi tão importante que o nome Walkman resistiu em outros produtos, mesmo após o fim do cassete. Confira a seguir dez fatos sobre o aparelho para comemorar os 40 anos do som portátil.
O primeiro Walkman apareceu em 1979 com o nome de TPS-L2 — Foto: Divulgação/Sony |
Ópera à bordo
Executivos da Sony tiveram a ideia de um dispositivo de som portátil
para ouvir músicas em longos voos internacionais. Eles desejavam algo
que permitisse a reprodução de ópera no interior do avião sem perturbar
outros passageiros. Foi a partir disso que, em 1979, a empresa lançou no
Japão o TPS-L2, primeiro reprodutor portátil de cassetes.
Nos próximos anos, ele chegaria a outros países, mas ainda com nomes diferentes, sendo chamado de “Stoawaway” no Reino Unido e de “Soundabout” nos EUA. Com o tempo, o nome Walkman ganharia popularidade e acabaria sendo usado em definitivo pela Sony.
Do Pressman ao CD Walkman
O nome Walkman é uma derivação do gravador portátil “Pressman”, muito popular entre jornalistas nos anos 1970. Essa mesma inspiração apareceria no nome Discman, para os CD players portáteis da marca. O nome, inclusive, sobrevive até hoje: a Sony tem lançado reprodutores de música com processamento de som de alta qualidade com a marca Walkman.
Walkmans tornaram os cassetes mais populares que os vinis a partir de 1983 — Foto: Divulgação/Sony |
Cassete dominante
O grande sucesso do Walkman é perceptível não apenas na cultura popular, mas também no efeito que teve na indústria como um todo. Enquanto a Sony esperava que o aparelho ajudasse a recuperar o prejuízo com o formato betamax de vídeo, o aparelho acabou sendo um fator decisivo na popularização dos cassetes. Em pouco tempo, eles ultrapassaram as vendas dos discos de vinil, em 1983.
Som individual?
Com grande sucesso do conceito, Sony usaria o nome Walkman até em celulares — Foto: Divulgação/Sony |
Akio Morita, cofundador da Sony, não gostava do nome Walkman e temia
que o produto se mostrasse um fracasso no mercado. Para o executivo, as
pessoas considerariam rude quem decidisse se isolar do convívio com o
grupo para ouvir música sozinho, com fones e tudo mais. Portanto, Morita
sugeriu que os Walkmans contassem com duas saídas de fones de ouvido,
algo que permitiria dois pares de fones conectados ao mesmo tempo.
Outra iniciativa de Morita para o eliminar a sensação de que o Walkman isolaria as pessoas foi o botão “Hotline”. Uma vez pressionado, o comando acionaria um microfone e diminuiria o volume da música para que os ouvintes pudessem falar entre si.
385 milhões
O Walkman se tornou sinônimo de som portátil e persistiu por anos a fio, atingindo um sucesso difícil de ser superado. As estimativas oficiais dão conta de que a linha de produtos Walkman vendeu 385 milhões de unidade no mundo todo, de acordo com números de 2009. Para se ter uma ideia da escala, durante o auge do reprodutor de cassetes a Sony comercializava 50 mil novas unidades por mês só no Japão.
Linha Walkman de produtos vendeu 385 milhões de unidades até 2009 — Foto: Divulgação/Sony |
Marketing agressivo
Apesar de tudo, o Walkman não foi um sucesso imediato. No lançamento, a
Sony vendeu apenas 3 mil unidades no Japão, quantidade que era
insuficiente para compensar os custos de desenvolvimento. Para acelerar
as coisas, os japoneses começaram a mandar funcionários da empresa para
as ruas, usando o dispositivo e demonstrando ao público.
O plano deu certo. A demanda cresceu tanto no país asiático que o lançamento internacional, previsto pela Sony para setembro de 1979, precisou ser adiado para 1980, o que só contribuiu para aumentar a demanda em outros países.
Sem pular a faixa
Walkman NW-A55 especial Kingdom Hearts 3 é o mais novo da linha — Foto: Divulgação/Sony |
A fita cassete já é uma tecnologia distante. Entre as peculiaridades desse formato de mídia, não era possível pular de faixa. Para encontrar uma música na fita, era necessário avançá-la manualmente até achar o ponto ideal, algo que só seria resolvido com CDs e dispositivos digitais. Outra característica dos cassetes era a qualidade de som inferior, além da existência de dois lados: o Lado A, em geral associado com as melhores faixas do álbum, e o Lado B, com músicas menos populares.
Celular Walkman e novos produtos
O Walkman fez tanto sucesso que a Sony nunca abandonou a marca, mesmo
quando os cassetes se tornaram inviáveis. Nos anos 2000, os discmans passaram a ser lançados com o nome “CD Walkman”.
A Sony também criou celulares com o nome em alusão às capacidades
multimídia, aproveitou o nome em reprodutores mp3 que competiam com os iPods, e, mais recentemente, usa a marca Walkman em DACs e outros reprodutores de áudio digital de alta qualidade. É o caso da edição especial do jogo Kingdom Hearts 3, lançada em fevereiro.
Walkmans atuais são completamente digitais e prometem som digital de alta qualidade — Foto: Herley Costa / Vovo Games Players e Tutoriais |
Sinônimo de som de bolso
Em 1986, o Walkman já era um produto dominante no mercado e havia encorajado marcas rivais a lançarem os seus reprodutores de cassete portáteis. Assim como aconteceu com outros produtos, o termo “walkman” acabou virando um sinônimo de player portátil a tal ponto que, no mesmo ano, apareceu no dicionário Oxford da língua inglesa.
Ideal para esportes
Durante a primeira fase do Walkman no mercado, nos anos 1980, a Sony o
apresentava como um produto ideal para jovens e adolescentes e sempre
vinculava seu uso à prática de esportes. Pesquisas mostram que o número
de pessoas que passaram a caminhar e a correr entre 1987 e 1997 aumentou
30%, só nos Estados Unidos. Embora não seja possível creditar esse
crescimento ao Walkman, a Sony deu a sorte de embarcar justamente na
onda de popularização da aeróbica e da prática de esportes ao ar livre.
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Herley costa: