No ano passado, a Microsoft enfrentou escrutínio a respeito de suas
práticas de licenciamento do Azure (seu serviço de nuvem) que afetavam
os provedores concorrentes na Europa. Na época, a empresa divulgou um
comunicado informando que, “embora nem todas as reivindicações sejam
válidas, algumas delas são, e faremos mudanças para resolvê-las”.
Posteriormente, a companhia implementou um conjunto de cinco princípios para administrar o seu serviço em nuvem em toda a Europa e um programa para oferecer suporte aos provedores de nuvem europeus.
Em uma das mudanças, essa aplicada mais recentemente, a Microsoft
ofereceu acordos a rivais menores que, com isso, devem suspender
reclamações antitruste. A medida possivelmente irá evitar uma
investigação da UE.
A Microsoft definitivamente tem uma postura muito anticompetitiva na nuvem. Eles estão aproveitando muito de seu domínio nos negócios locais, bem como no Office 365 e no Windows, para amarrar o Azure e o restante dos serviços em nuvem e dificultar o acesso e escolha dos clientes.
Disse Zavery.
O CEO do Cloud do Google
acrescentou que acordos individuais fechados com vários fornecedores de
nuvem europeus menores só beneficiam a Microsoft.
“Eles estão seletivamente comprando aqueles que reclamam e não disponibilizam esses termos para todos. Então, isso definitivamente torna uma vantagem injusta para a Microsoft e vincula as pessoas que reclamaram à Microsoft de qualquer maneira. O que quer que eles estejam oferecendo, deve haver condições para todos, não apenas para um ou dois que eles escolheram, e isso mostra que eles têm tanto poder de mercado que podem fazer essas coisas individualmente.”
Computação em nuvem: Google vs Microsoft
A
rivalidade entre Google e Microsoft é quase que óbvia e, claro, bem
antiga. O rápido crescimento do negócio multibilionário que é a
computação em nuvem acentuou ainda mais essa competição. No ranking do
mercado de negócios em nuvem a Amazon segue líder, com Microsoft logo
atrás e Google na terceira posição.
“A pergunta não é sobre o Google. Só quero deixar bem claro. É a nuvem. A premissa com a nuvem era ter uma maneira aberta e flexível de implantar seu software e oferecer aos clientes mais opções para que pudessem executar seu software em qualquer lugar que escolherem de uma maneira muito mais fácil”, disse Zavery, afastando a justificativa que a crítica se trata apenas de uma antiga briga entre as rivais.
“Meu ponto para os reguladores seria que eles deveriam olhar para isso de forma holística, mesmo que um ou dois fornecedores possam fazer um acordo, [isso] não resolve o problema mais amplo. E esse é o problema que realmente precisamos resolver, não os problemas dos fornecedores individuais.”
A Comissão Europeia não quis comentar o caso.
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