Esse movimento vem na esteira das ameaças de bloqueio ao TikTok que surgiram durante o governo de Donald Trump. Houve até tentativas de forçar a venda das operações do TikTok nos Estados Unidos para uma empresa norte-americana. A Microsoft quase foi a compradora. Mas a ideia não avançou.
Várias universidades públicas dos Estados Unidos estão bloqueando o TikTok em suas redes. Não é para evitar que os alunos se distraiam e deixem de estudar. A preocupação é a de que a rede social colete dados de estudantes e funcionários e os ofereça ao governo chinês. O serviço é controlado pela ByteDance, uma empresa com sede em Pequim.
Esse
movimento vem na esteira das ameaças de bloqueio ao TikTok que surgiram
durante o governo de Donald Trump. Houve até tentativas de forçar a
venda das operações do TikTok nos Estados Unidos para uma empresa
norte-americana. A Microsoft quase foi a compradora. Mas a ideia não
avançou.
Na administração Biden, as preocupações com o TikTok continuaram, ainda que de modo menos enfático. Prova recente disso vem de dezembro de 2022, quando o congresso norte-americano assinou um projeto de lei que proíbe a instalação do TikTok em dispositivos governamentais.
Dezenas de universidades baniram o TikTok
De acordo com o TechCrunch, a Universidade do Texas e a Universidade Texas A&M estão entre as mais recentes a adotarem medidas contra o TikTok.
Dezenas
de outras instituições de ensino públicas já haviam seguido por esse
caminho. Isso inclui universidades de locais como Alabama, Flórida,
Geórgia, Iowa e Dakota do Sul.
De
modo geral, as restrições consistem em bloquear o TikTok nas redes
Wi-Fi das unidades, bem como impedir o acesso à plataforma a partir dos
dispositivos das instituições.
Ao usuário do serviço, a saída é acessar o TikTok usando o plano de dados do seu celular.
Em todos os casos, a decisão se baseia em um suposto risco de dados de estudantes e funcionários serem coletados pelo serviço e repassados para o governo chinês.
TikTok se defende, mas não convence
À ABC News,
a empresa declarou que as preocupações que estão levando aos banimentos
são consequência da desinformação a seu respeito. O TikTok se colocou à
disposição para “continuar tendo reuniões construtivas com formuladores
de políticas estaduais para discutir nossas práticas de privacidade e
segurança”.
Pelo
jeito, isso não é suficiente. Ainda há muita desconfiança sobre
possíveis práticas obscuras do TikTok. O recente reconhecimento de
espionagem de jornalistas só reforçou as preocupações.
De
todo modo, o banimento nas universidades públicas norte-americanas não
deve ter um grande impacto sobre a rede social. Como já informado, os
usuários ainda podem acessar o serviço por meio de redes móveis.
Além
disso, as proibições nas universidades são “inspiradas” em decisões
estaduais que têm efeito sobre dispositivos do governo, mas não sobre a
população em geral.
Por isso, o momento pede providências, mas não um tratamento de urgência. No curto prazo, a situação pode ficar complicada em outro lugar: a Europa.
Proibição pode chegar à Europa
O
TikTok também pode sofrer restrições no continente europeu, que não se
limitam a universidades. Nesta semana, Shou Zi Chew, CEO da companhia,
foi comunicado pela União Europeia de que a rede social corre o risco de
ser proibida nos países do bloco.
Para evitar esse punição, o TikTok deve intensificar os esforços para alinhar as suas operações à Lei de Serviços Digitais da União Europeia (DSA, na sigla em inglês). O prazo para isso é 1º de setembro de 2023.
A
DSA estabelece uma série de normas de segurança para plataformas
online. Cabe a elas serem mais ativas no combate a conteúdo ilegal, como
desinformação, só para dar um exemplo.
Thierry Breton, da Comissão Europeia, declarou:
– Nós não hesitaremos em adotar todo o escopo de sanções para proteger nossos cidadãos se as auditorias (sobre o TikTok) não mostrarem total conformidade (com a DSA).
O TikTok respondeu que está comprometido com a Lei de Serviços Digitais. O Serviço também declarou que executa esforços para se alinhar ao GDPR e desenvolver uma política contra desinformação.
Deve ser assim. A União Europeia tem se mostrado rígida sobre leis de privacidade e segurança digital. Resta saber se os tais esforços do TikTok nesse sentido incluirão outras regiões.
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