Solução da Adobe pode ser útil para Netflix e outros serviços de streaming afastarem o fantasma das senhas compartilhadas.
“Enquanto uns choram, outros vendem lenços”. De certa forma, a Adobe vem seguindo essa, digamos, sabedoria popular. A companhia está ciente de que Netflix e outros serviços de streaming lutam para aumentar as suas receitas. É por isso que ela quer oferecer uma tecnologia para combater o compartilhamento de senhas entre usuários dessas plataformas.
O principal alvo dessa solução seria justamente a Netflix, por duas razões. A primeira é que a companhia parece ser a que mais sofre com compartilhamento de senhas entre usuários. A segunda é que a Netflix vê esse “fenômeno” como um dos maiores complicadores do seu negócio atualmente.
Não é que o compartilhamento de senhas tenha se
difundido entre os usuários do serviço só recentemente. Esse
comportamento é antigo, na verdade. Porém, a Netflix fez vista grossa
para isso por muito tempo. Era uma estratégia para ajudar a popularizar a
plataforma.
O cenário é diferente agora. A Netflix já é bastante
popular e os investidores da companhia a pressionam para perseguir o
lucro. Nesse sentido, o compartilhamento de senhas aparece como um
grande obstáculo. A Adobe estima que a Netflix perde US$ 9 bilhões por
ano com isso, montante três vezes maior em relação à Disney+.
Qual é a proposta da Adobe?
Autenticação
em dois passos ou um controle mais rigoroso sobre o limite de
dispositivos que o usuário usa para acessar a plataforma parecem ser
boas soluções. O problema é que elas podem causar transtornos para os
usuários pagantes.
Para a Adobe, a solução está na implementação de modelos de aprendizagem de máquina
focados em “medir, gerenciar e monetizar” a questão do compartilhamento
de senhas. A tecnologia da companhia para isso atende pelo nome de Primetime Account IQ.
A função primordial desse mecanismo é analisar padrões comportamentais de modo a determinar como cada conta vem sendo usada.
Anúncio do Primetime Account IQ |
Essa
abordagem teria o benefício não só de identificar contas com senhas
compartilhadas indevidamente, mas também apontar se as ações adotadas
para impedir esse comportamento são eficazes.
Vários dados teriam que ser analisados para esse fim, como quantidade de dispositivos em uso por cada conta e informações de geolocalização. No fim, o objetivo é traçar comportamentos que sugerem compartilhamento de senhas.
Ao mesmo tempo, a tecnologia da Adobe também pode
mapear padrões que indicam quando o usuário faz um uso fora do habitual
do streaming, mas ainda legítimo. Isso pode acontecer em uma viagem ou
quando o usuário está em uma segunda casa, por exemplo.
Separando o joio do trigo, a plataforma pode então adotar medidas para impedir que contas problemáticas continuem dividindo senhas. A Adobe sugere até que os usuários com “bom comportamento” sejam recompensados de alguma forma. Rigor menor no limite de dispositivos em transmissões simultâneas é uma possibilidade para isso.
Mas que fique claro: a Adobe apenas
apresentou o Primetime Account IQ. Não há informação de que o serviço já
tenha sido contratado por alguma grande plataforma de streaming.
No caso da Netflix, pelo menos por enquanto, a companhia vem tentando combater o problemas com seus próprios meios.
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TorrentFreak.
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