Essa é mais uma prática criminosa que visa monetizar conteúdo ilícito no universo virtual
A atividade pirata no metaverso chamou a atenção da Operação 404, conduzida conduzida pelo Ministério da Justiça e Polícia Federal em cooperação com NAGRA, Ancine, ABTA e coalizões internacionais antipirataria como Alianza (grupo que reúne programadoras, operadoras de TV por assinatura e provedores de tecnologia).
O ambiente une realidade aumentada, realidade virtual e internet e cresce exponencialmente, já movimentando bilhões de dólares. Daí a surpresa de os piratas de conteúdo já terem encontrado meios de praticar ações criminosas para monetizar conteúdo ilícito nesse universo virtual.
Segundo Tim Pearson, Vice-Presidente de Marketing de Soluções Globais da NAGRA,
a pirataria no metaverso acontece quando são vendidos produtos ou
serviços digitais ilegais, a exemplo de músicas, filmes, programas de TV
e até mesmo roupas e acessórios para avatares ou personagens de jogos
que também podem ser pirateados.
“No mundo virtual existe um direito de propriedade, a NFT (tokens não
fungíveis), com base em tecnologia blockchain que dá unicidade ao item
original. Por isso, é possível identificar onde ocorreu uma violação de
direito de propriedade, como uma cópia não autorizada de um produto ou
serviço, ainda que fora do espaço físico”, explica.
Atuação criminosa em escala global
A Operação 404 em sua quarta fase identificou 461 aplicativos
plagiados e 266 sites piratas. O bloqueio de 53 sites hospedados no
Reino Unido e seis no EUA indicaram a atuação criminosa em escala
global. Desde seu início, 1.022 sites e 720 aplicativos piratas já foram
removidos, bloqueados ou desativados.
Para Pearson, o ambiente para a prática criminosa não é um fim em si
mesmo. “Os piratas dão um aspecto formal ao negócio, usam ofertas
atrativas para fazer o consumidor incorrer em erro, e o conteúdo barato
traz o risco de malware instalado em dispositivos para coleta de
informações pessoais e dados financeiros do usuário. Estamos atentos
sobre como essa abordagem típica de pirataria se dará no metaverso,
atuando de forma proativa, explorando novas ferramentas que possam
identificar, rastrear, monitorar e proteger ativos de nossos clientes
contra o uso ilícito, seja no metaverso ou no ambiente de internet
tradicional”, ressalta.
Apoiando a Alianza em todas as ondas sucessivas da Operação 404, a NAGRA tem tido um papel bastante abrangente, passando pela análise técnica de informações, auxílio na coleta de evidências – muitas vezes para munir de provas proprietárias de conteúdo em demandas judicias bilionárias -, treinamento de agentes policiais, desenvolvimento de soluções para detecção de sites, Apps, links e arquivos piratas executáveis à listagem dos equipamentos não homologados mais populares para serviços de televisão por assinatura piratas.
“Nossas ferramentas de coleta de inteligência antipirataria têm
alcançado os resultados necessários. Seguimos monitorando as ações
piratas e moldando nossas ferramentas para proteger o metaverso e os
NFTs, além da pirataria de conteúdo de forma geral”, afirma o
especialista.
Fonte:
Freepik
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