Uma venda de tokens não fungíveis (NFTs) realizada pela revista Time nesta quinta-feira (23) levou o caos ao blockchain do Ethereum, fazendo disparar o valor das tarifas.
Segundo um analista chamado Banterlytics, o preço final dos NFTs, cotados individualmente a 0,1 Ether (ou US$ 310), acabou custando 23 vezes mais, com endereços pagando US$ 70 mil (R$ 371 mil) por apenas dez NFTs.
Chamada de “TIMEPieces”, a coleção da revista norte-americana consistia em 4.676 tokens criptográficos vinculados a obras de arte digitais. No anúncio da coleção, a publicação ofereceu também “acesso ilimitado” ao seu site até 2023. Já na abertura da venda, todos os tokens foram vendidos instantaneamente em minutos.
Embora o plano de lançamento tenha sido corretamente elaborado, o esperado era que tudo fosse uma questão de apertar as teclas na hora programada. Porém, o resultado foi algo semelhante ao que ocorre quando tentamos comprar ingressos para algum badalado show de rock ou final de torneio mundial. Bots automatizados invadiram o sistema e "devoraram" todo o estoque em segundos, para a venda por especuladores no mercado paralelo ("scalping").
Minting like this is so broken. Mint bots exist people, please stop having your projects mint like this. Many of the top holders look like the txs below.@banterlytics @_anishagnihotrihttps://t.co/A4XiuHSmXPhttps://t.co/CGnu58ia6Dhttps://t.co/f68Futhkqz pic.twitter.com/fElgDWHnBL
— jiran.eth (@Jiran_z) September 23, 2021
O que disse a Time Magazine?
Entusiasta da criptografia, o presidente da Time, Keith Grossman, afirmou que pensava em parar os bots, limitando a dez o número de NFTs que cada comprador pudesse cunhar. No entanto, admitiu ao site CoinDesk: “Acho que aprendemos muito sobre o gás em geral”. Em linguagem Ethereum, o gás se refere à tarifa, ou valor de preço, necessários para a realização de uma transação com sucesso ou fechar um contrato na plataforma.
Para completar a confusão, os NFTs da coleção da Time tinham como ícone apenas o logotipo vermelho da revista, em vez da obra, ou seja, os heroicos compradores não sabiam o que estavam comprando. Para descobrir isso, cada usuário teve que usar posteriormente o botão "atualizar metadados" no mercado digital OpenSea.
A confusão ocorreu um dia antes de outro "apocalipse" das criptomoedas. A China baniu transações com os ativos digitais, o que fez o preço do Bitcoin despencar.
Fonte:
CoinDesk
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