Redes sociais: É possível reiniciar para deixá-las menos tóxicas?

É inegável que, em geral, tanto a população brasileira quanto a mundial passam um período considerável do seu dia navegando na internet. Seja fazendo pesquisas sobre algum assunto da escola ou faculdade, trabalhando de casa, ou apenas em busca de algum conteúdo divertido para passar o tempo.


Dessa forma, a utilização da rede mundial de computadores nunca foi tão popular e fundamental. Sendo que até mesmo vários dos serviços públicos já podem ser acessados por trás de uma tela.  

E até as alternativas de  entretenimento mais populares são encontradas em sites, a exemplo da plataforma com bônus do Leo Vegas cassino, que disponibiliza centenas de jogos ideais para quem ama se divertir no celular, sem grandes custos para o bolso do usuário.

 

Mas, sem sombras de dúvidas, as redes sociais estão entre as opções mais acessadas da internet. No entanto, uma das reclamações mais constantes relacionadas a esse setor é a toxicidade do ambiente digital - e algumas pessoas têm proposto uma reinicialização das redes sociais como uma alternativa de solucionar estes tipos de problemas.

 

Reinicialização

O Institute for Rebooting Social Media, que foi criado neste ano, tem proposto fazer isso nos próximos três anos. Ele é uma iniciativa do Berkman Klein Centre for Internet & Society (BKCIS), pertencente à Universidade de Harvard, EUA, e já conta com um financiamento de US$2 milhões (R$10,6 milhões aproximadamente) advindos de várias fundações filantrópicas e de pesquisa, como a Craig Newmark Philanthropies e a Fundação John S.

 

O cofundador da BKCIS, Jonathan Zittrain, defende uma reforma completa das plataformas e afirma que é "importante avaliar e conhecer melhor a evolução das redes sociais. Embora a identificação dos problemas possa variar, é difícil encontrar alguém defendendo o ambiente atual das redes sociais”.

 


Segundo as análises feitas pelo BKCIS, as redes sociais não cumprem mais o propósito para o qual foram concebidas, já que essas plataformas inicialmente foram anunciadas como vetores da democracia e da verdade. Porém, atualmente elas são vistas de forma totalmente inversa, sendo apontadas como propagadoras de mentiras, responsáveis pelo aumento da divisão entre as pessoas, além de geradora de danos físicos e psicológicos aos usuários.

 

Um exemplo claro e recente é como as plataformas do setor foram utilizadas para fomentar o uso da cloroquina e ivermectina como um medicamento capaz de tratar o Covid-19, apesar de não haver estudos científicos que comprovem a sua eficácia. Os especialistas do BKCIS também apontam que as redes sociais  foram um dos principais agentes que contribuíram para a descrença nas instituições, influenciando negativamente o processo eleitoral de vários países, colaborando para o crescimento de hostilidades raciais, religiosas, de gênero, étnicas e políticas.

 

De acordo com o diretor do programa de comunicação, jornalismo e discurso da Universidade de Maryland, EUA, Mitchel Marovitz, "quando as redes sociais surgiram, elas serviam para estimular o pensamento, porque todos em tese teriam uma voz. Porém, claramente algo está errado".


Porém, mesmo com seus defeitos, as redes sociais possuem pontos que devem ser preservados, já que essas plataformas disponibilizam o acesso a uma vasta quantidade de conhecimento, assim como propiciam a criação de comunidades auto-gerenciadas e também estimulam alguns movimentos sociais e culturais importantes. Dessa forma, parte do trabalho do BKCIS é fortalecer os pontos fortes dessas plataformas, principalmente os benefícios relacionados à comunicação online, e reduzir as partes prejudiciais.

 

"Há um consenso, mesmo entre as pessoas que dirigem empresas de mídia social, de que há problemas crescentes com a maneira como interagimos, nos comunicamos e compartilhamos informações. Sempre que você reúne milhões ou pessoas, vai amplificar o que há de melhor nelas, mas também o que existe de pior", afirma Ashley Johnson, analista de políticas da Information Technology And Innovation Foundation. Ela ainda aponta que, apesar de terem previsto esse movimento, eles ainda não sabem como maximizar o que é bom e reduzir o que é ruim.

 

E apesar do projeto do BKCIS ser louvável, a maior questão a ser respondida é: o quão realista ele é?



Fonte:
G1, Veja, Tecmundo

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