Aventura distópica baseada em livro teve produção atribulada e várias refilmagens até chegar às telas. Tom Holland, o novo Homem-Aranha, e Daisy Ridley, de 'Star Wars', estrelam longa
Desde que foi encerrada a saga de "Jogos Vorazes" em 2015, começou uma verdadeira corrida dos estúdios de Hollywood para encontrar uma nova franquia semelhante e tomar o seu lugar no coração dos fãs.
A mais recente tentativa a chegar aos cinemas brasileiros — a partir desta quinta-feira (13) — atende pelo nome de "Mundo em Caos", inspirado pelo livro de mesmo nome escrito por Patrick Hess (que também assinou o roteiro, junto com Christopher Ford).
Altas expectativas...
Com um orçamento milionário e elenco bastante popular, principalmente entre os jovens, parecia que o filme tinha tudo para ser um grande sucesso.
Ambientada em 2257, a trama mostra que não há mais mulheres no mundo e os homens foram afetados por uma misteriosa força denominada de "Ruído", que torna ser possível ouvir seus pensamentos e até mesmo fazer materializações dos mesmos.
Tom Holland interpreta Todd na ficção distópica "Mundo em Caos" — Foto: Divulgação |
Neste universo, existe a cidade de Prentisstown, onde vive o jovem Todd (Tom Holland, o atual Homem-Aranha do cinema). Sua vida muda quando ele conhece Viola (Daisy Ridley, a Rey dos últimos três filmes da saga "Star Wars"), a primeira garota que aparece na região.
O surgimento de Viola desperta o interesse do prefeito de Prentisstown, Davy Prentiss (Mads Mikkelsen, de "Druk - Mais uma Rodada"), que tem planos misteriosos para ela. Mas Todd, aconselhado pelo pai, Ben (Demián Bichir), decide fugir com Viola e os dois são perseguidos por um grupo montado por Prentiss. Enquanto tentam escapar da caçada, a dupla acaba descobrindo segredos sobre o que realmente aconteceu no mundo.
Resultado frustrante...
O resultado ficou muito aquém do esperado. O que se vê na tela é uma aventura pouco interessante que nunca utiliza todo o potencial de sua proposta, gerando uma grande decepção, ainda mais quando se vê o pessoal de alto gabarito envolvido nesse projeto.
O primeiro problema que aparece em "Mundo em Caos" é a forma desinteressante que a trama é conduzida, não fazendo com que o espectador se importe com a história ou com seus personagens.
Parte disso é por causa da direção pouco inspirada de Doug Liman, que já mostrou trabalhos com bem mais criatividade como "A Identidade Bourne" ou "No Limite do Amanhã". Aqui, no entanto, ele não consegue empolgar nem nas cenas de ação e nem nos momentos em que deveria causar maior tensão.
Peruca entrega o remendo
Daisy Ridley vive Viola no filme "Mundo em Caos" — Foto: Divulgação |
Para piorar, fica claro que o que foi levado para as telas é uma mistura do que foi filmado em 2017, quando começaram as gravações, com as refilmagens realizadas após sessões-teste desastrosas, que ajudaram a inflar ainda mais o orçamento de cerca de US$ 125 milhões. Dá para notar as mudanças principalmente por causa da peruca usada por Daisy Ridley, que muda de penteado em várias cenas, tornando isso um detalhe até divertido de ver.
Aliás, não dá para ver no filme onde gastaram tanto dinheiro, já que não há nada de muito impressionante na parte técnica. Os efeitos especiais, principalmente para fazer as personificações dos pensamentos dos personagens, são apenas corretos e não muito diferem muito de trabalhos vistos em outras produções do gênero, assim como a fotografia e até mesmo os figurinos.
O roteiro (que chegou a ter a participação de Charlie Kaufman, vencedor do Oscar por seus textos de "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças" e "Ela") também é responsável pelo resultado ruim, pois não consegue criar situações que tornem o universo de "Mundo em Caos" minimamente interessante.
A questão do Ruído e os pensamentos que podem ser vistos e ouvidos mereciam ser melhor resolvidos, já que, depois de um tempo, perdem a sua importância e se tornam algo confuso e sem maior brilho. Só funcionam quando Todd precisa esconder o que está pensando sobre Viola, gerando alguns momentos inesperadamente divertidos.
Mads Mikkelsen interpreta o prefeito Prentiss em "Mundo em Caos" — Foto: Divulgação |
Vilão salva o dia
Outra decepção está no desperdício do talentoso elenco escalado para "Mundo em Caos". Pelo menos, Tom Holland tem bons momentos como ator dramático e também em cenas de lutas. Mas não mostra boa química com Daisy Ridley, que além de ser prejudicada pela peruca ruim que tem que usar, tem poucas falas e não tem muito espaço para se destacar, ao contrário do que aconteceu na mais recente trilogia de "Star Wars".
Pior sorte tem o ótimo ator David Oyelowo (o Martin Luther King de "Selma: Uma luta pela igualdade"), aqui relegado a um papel de capanga que gosta de citar textos bíblicos. Ele poderia ser interpretado por qualquer coadjuvante musculoso que volta e meia aparece aos montes em filmes de ação.
Demián Bichir, de "Os Oito Odiados", também não tem muito o que fazer como Ben e seu papel acaba ficando quase sem nenhuma relevância para a trama avançar. Já Nick Jonas, dos Jonas Brothers e visto nos novos filmes da franquia "Jumanji", abraçou com vontade a canastrice como o filho do prefeito.
Nick Jonas e Mads Mikkelsen numa cena de "Mundo em Caos" — Foto: Divulgação |
Quem se sobressai, no entanto, é o dinamarquês Mads Mikkelsen, cada vez mais acionado por Hollywood para fazer papéis de vilão em seus filmes. Felizmente, o ator não se mostra acomodado por isso e sempre procura fazer seus antagonistas serem distintos uns dos outros. É uma pena, no entanto, que o material que lhe deram para trabalhar é bem abaixo do que merecia.
No final das contas, "Mundo em Caos" só deve agradar mesmo a quem for muito fã de Tom Holland ou Daisy Ridley que não forem muito exigentes. Mas a busca por um novo "Jogos Vorazes" continua. Quem sabe num futuro não muito distante as coisas mudem.
Fonte:
Vovo GaTu
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