Em abril, a bilionésima dose de vacina contra o novo coronavírus foi administrada; segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o último dia 27 foram aplicadas 1,06 bilhão de doses a 570 milhões de pessoas, ou cerca de 7,5% da população mundial – para alcançar a chamada imunidade de rebanho, será preciso imunizar 70% dos habitantes do planeta.
Enquanto a vacinação avança lentamente, mais se sabe sobre a doença e os resultados da vacinação contra ela.
Confira abaixo o que aprendemos sobre a doença no último mês:
Coágulos pós-vacinação
Celebrada como uma excelente alternativa entre as vacinas aprovadas contra a covid-19 (por não precisar de temperaturas muito baixas para conservação e por ser aplicada em uma única dose) o imunizante do laboratório Janssen teve a distribuição suspensa pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) nos EUA. O motivo: a vacina provocou, logo depois da primeira dose, a formação de coágulos especificamente em mulheres, a maioria com menos de 50 anos.
Face ao número pequeno de casos registrados (15, o que representa menos de duas pessoas por milhão de vacinados), as autoridades retomaram a aplicação do imunizante, mas com o alerta sobre seu efeito colateral extremamente raro.
A vacina do Laboratório Janssen não é a única a apresentar riscos de formação de coágulos: o imunizante do Laboratório AstraZeneca também provocou o mesmo problema, mas também em número baixo. As duas vacinas continuam sendo aplicadas nos países onde foram aprovadas, com exceção da Dinamarca.
Maior risco para grávidas
Um estudo com mais de 2.100 gestantes em 18 países, levado a cabo pela Universidade de Oxford, revelou que “gestantes com covid-19 tem mais de 50% de probabilidade de sofrerem complicações como parto prematuro, pré-eclâmpsia, admissão em cuidados intensivos e morte, em comparação com mulheres grávidas não afetadas pela doença”, disse o principal pesquisador do estudo, o obstetra Aris Papageorghiou.
Segundo ele, “recém-nascidos de mulheres infectadas apresentaram risco quase três vezes maior de complicações médicas graves, como internação em uma UTI Neonatal, principalmente devido ao parto prematuro. Os riscos em mulheres infectadas sem sintomas e em mulheres não infectadas, porém, são semelhantes.”
No Brasil, o número de mortes maternas pela doença mais que dobrou nas 13 primeiras semanas de 2021 (média semanal de 22,2 óbitos), em relação ao mesmo período do ano passado (10,4 óbitos). Segundo o Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19, o alto número de mortes maternas no país se dá, principalmente, pela falta de assistência adequada: uma em cada cinco gestantes (22,6%) com a forma grave da doença morreu por falta de acesso a um leito de UTI.
Crianças pequenas espalham menos o vírus
Segundo os autores do estudo “Comparação das taxas de incidência da covid-19 antes e depois da reabertura da escola em Israel”, publicado em abril na revista JAMA Network, “os resultados sugerem que crianças de até nove anos não tiveram taxas substanciais de infecção por SARS-CoV-2 durante os períodos de frequência escolar. Pode-se presumir que elas não tiveram um papel substancial na disseminação de covid-19 durante este período”.
No entanto, os pesquisadores não puderam confirmar o mesmo em relação a crianças maiores e adolescentes: “É mais seguro retomar a frequência escolar dos jovens entre dez e 19 anos apenas quando a epidemia estiver sob controle e depois da implementação de medidas para diminuir a propagação da doença nas escolas."
Crianças não são imunes à covid-19: no Brasil, desde o início da pandemia, mais de duas mil crianças até nove anos e cerca de 1.300 bebês com menos de um ano morreram da doença.
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