Titan Quest Mobile leva o clássico dos PCs para os celulares

Titan Quest é um entre tantos 'clones' de Diablo que surgiram por volta de 2005. O jogo foi um dos mais bem-sucedidos por conta de sua qualidade gráfica e de um enredo que aborda a mitologia grega e suas criaturas. Agora, em 2021, o game ganhou uma versão mobile para iOS e Android.

A junção de Diablo e a mitologia grega

Não há maneira melhor de descrever Titan Quest que dizer que o jogo é uma espécie de Diablo na mitologia grega. No game, você controla um(a) personagem que deve ir atrás de respostas depois que os deuses começaram a ignorar os humanos, deixando-os a mercê de criaturas mitológicas.

Com isso, você encara uma longa jornada, de muitas horas, em busca da restauração da paz na região, evitando que os temidos titãs sejam convocados à Terra por forças malignas. Um enredo clichê, mas uma bela desculpa para introduzir criaturas popularmente famosas, como centauros, hidras, ciclopes, entre outros monstros comuns em jogos com essa temática.

E quando eu digo longa, não é exagero, já que o game necessita de pelo menos cerca de 40 horas até que seja concluído – sem contar os três DLCs que podem ser adquiridas à parte.

Porém, toda a trama é muito superficial e pouco amarrada. Para se ter uma ideia, embora o jogo tenha toda uma temática grega, é preciso passar por regiões como Egito e China, com direito a batalhas na Grande Muralha. E por mais que seja interessante atravessar esses cenários, ao mesmo tempo não é nada satisfatório ver toda a trama se embaralhando e, muitas vezes, perdendo o sentido.

Jogabilidade portada de forma quase perfeita

Em 2006, quem poderia imaginar que um dia iríamos conferir um jogo tão pesado para a época na palma de nossa mão? Pois é, a tecnologia avançou e 15 anos depois estamos tendo a oportunidade de jogar um dos clássicos do PC no celular.

E o port me impressionou bastante. Mesmo não sendo um fã de jogos no celular, gastei muitas horas (e bateria) até concluir boa parte da minha jornada em Titan Quest. Isso graças a uma mecânica muito bem imposta na tela dos aparelhos.

Funciona basicamente com um analógico virtual na esquerda para mover o personagem, e um botão de ataque na direita. Esse mesmo botão tem outro pequeno ao seu redor para acionar uma determinada habilidade que você mesmo pode configurar. Até outros comandos fundamentais, como o de usar um pote de energia ou de mana, ficam posicionados nas laterais, em uma posição de rápido acionamento.

A única queixa fica em relação ao inventário. A todo momento era preciso utilizar o zoom para movimentar meus itens, uma vez que é tudo muito pequeno e apertado. Zoom, aliás, que também funciona no mapa e no jogo em si, ou seja, você pode aumentar o campo de visão do seu personagem, ou aproximar a câmera dele.

O sistema de combate também funciona de uma forma parecida de como era quando utilizado com um mouse. Basta pressionar o botão de ataque e apontar seu personagem com a alavanca que ele realiza o ataque de forma automática. Mesmo em investidas de longe ele se mostra eficiente, já que você pode apertar no alvo desejado e executar a habilidade.

Entretanto, para recolher itens deixados por inimigos ou baús, a tarefa já é mais árdua. Fiz um print na imagem abaixo de uma cena que é rotineira: uma enxurrada de itens espalhados pelo chão e poluindo a tela. O segredo é dar um bom zoom no item desejado ou você perderá um bom tempo tendo que se livrar de coisas indesejadas que foram recolhidas por engano.


Visual atualizado e animações arcaicas

O visual do jogo ainda impressiona bastante. Não é algo que o coloque como uma referência visual, mas é praticamente a mesma versão remasterizada lançada para PC em 2016. Porém, suas cenas de animação ainda são as mesmas da primeira versão, um tanto pixeladas e arcaicas, mas para nossa sorte são poucos os momentos em que elas ocorrem.

No teste, foi usado para rodar Titan Quest Mobile um iPhone 8 Plus. Embora o jogo rode a 60 fps, em muitos momentos ele teve uma queda brusca de quadros, principalmente quando surgem muitos inimigos na tela ou há muitas interações, como magias e elementais. Entretanto, é possível configurar a qualidade visual do jogo e evitar esses pequenos travamentos.

O sistema de habilidades que encanta

Para aqueles que não conhecem o jogo, saibam que Titan Quest tem um elemento que os fãs de Diablo adorariam ter na franquia da Blizzard: o gigantesco sistema de habilidades.


No game, é possível escolher o seu caminho por meio de diversos elementais com características bem distintas. Por exemplo, lembro-me de que na primeira vez que joguei, lá nos primórdios do PC, procurei fazer um personagem mais balanceado, pegando um pouco de várias classes elementais.

Dessa vez, optei por focar apenas nas habilidades que envolvem fogo, fazendo meu guerreiro queimar hordas de criaturas, além de contar com escudos de chamas, entre outras piromanias.

O sistema de atributos também permite que você molde a classe de seu personagem. Por exemplo, focando mais em força, você moldará um bom guerreiro, mas caso você opte por distribuir sempre uma boa quantidade de pontos em Inteligência, estará moldando um poderoso arcano.


Sem cooperativo e com preço elevado

Apesar de estar ciente da complexidade que seria inserir esse sistema, confesso que senti falta de um modo cooperativo online. Seria bem interessante jogar com amigos uma mesma campanha, da mesma forma que é possível fazer isso na versão original para PCs.


Outro problema é em relação ao preço. No iOS, a versão simples, sem os DLCs, custa R$ 39,90 com cada um dos DLCs custando R$ 22,90. Já a Legendary Edition, que inclui as 3 expansões, custa R$ 99,90. No Android, a versão simples custa R$26,99 e a Legendary Edition R$ 66,90.


É um preço bem caro em relação a outros games mobile; mesmo sendo uma versão completa de mais de 40 horas de gameplay, ainda achei um pouco salgado. O jeito é esperar por descontos.

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Fonte: Vovo e GaTu
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