Assassin's Creed Valhala fará Odin te receber de braços abertos - Analise

A Idade das Trevas é uma das mais obscuras e sangrentas de toda a nossa história. Talvez seja por isso que ela nos fascina e gere tanta curiosidade.

O período ocorreu logo depois da destruição de Roma, quando diversas tribos tomaram conta do Velho Continente. Os nórdicos ganharam notoriedade logo depois. Sua personalidade foi criada pelos saxões, quando invasão à Inglaterra teve seu início.

Os vikings estão na moda! Nos últimos anos presenciamos uma enxurrada de lançamentos no mercado que nos ajudaram a rotulá-los. É lógico que a Ubisoft não ficaria de fora e os trouxe para a saga Assassin’s Creed, que já passeou por praticamente todos os momentos da história da humanidade. E não é que o resultado ficou muito bom?


Uma Aurora Boreal

Desenvolvido pela Ubisoft Montréal, que cuida da série desde o seu início, Assassin’s Creed Valhala utiliza o motor gráfico AnvilNext 2.0 e isto realmente surpreende. Por mais que ele tenha mais de 5 anos de vida, o novo carro-chefe da empresa atingiu uma beleza gráfica jamais vista na série.

Assassin’s Creed Valhala transpõe a beleza das maravilhosas auroras boreais. Podemos acompanhar dois momentos distintos da construção do game. O primeiro reflete o visto nos países nórdicos. Já, o segundo, o encontrado na Inglaterra.

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Para retratar as gélidas montanhas e o frio da Noruega, a Ubisoft utilizou diversos tons de preto para dar vida ao cenário. A comparação gráfica mais próxima possível fica com o encontrado em Metro Exodus, da Deep Silver.

Já na Inglaterra, as cores utilizadas possuem um tom mais pastel, com florestas e construções condizentes com a região. Valhalla também se apropria muito bem dos melhores recursos tecnológicos existentes no mercado. Vale a pena acompanhar as fumaças das velas e a luminosidade proporcionada em ambientes gélidos e fechados.

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Seja por meio das nuvens, do clima ou da cultura, a imersão é a melhor possível. Eu não cheguei a ter esta sensação em Odissey. Porém, Valhala cria uma ambientação absoluta da época. Desde os pequenos detalhes das aldeias até as vestimentas e os rostos dos personagens. Tudo se encaixa da melhor forma possível.

Utilizei uma boa máquina para testar o game no PC. Um processador i9 9900k e uma RTX 2080 ti deu conta do recado em 1080p. Porém, em 4K, notamos os problemas já encontrados em outros games da série. Eles são muito pesados e mal otimizados. Vamos ver se com a DLSS 2.0 a situação melhora.

 

Prepare sua vingança

AC Valhalla impressiona pela sua narrativa. Ela ganha forma e te envolve frente a aventura. Sem entrarmos em spoilers, a história do personagem principal é muito parecido com o encontrado na série The Last Kingdom. Durante uma comemoração entre clãs, um viking quebra a paz e destrói toda a família de Eivor.

Depois de fugir, você é adotado por um outro clã e fará de tudo para se vingar do assassino dos seus pais. Para isso, contará com a ajuda do seu irmão adotivo, que também tem sangue nos olhos.

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A construção da personagem te ajuda a entender Eivor, que coloca suas emoções e a sede de vingança à frente da razão. A colcha de retalhos do enredo avança, quando problemas familiares e o desejo de conquista invade o pensamento dos personagens. Estes pontos levarão a história para a Inglaterra.

Fique tranquilo também, pois a irmandade estará presente. Uma das principais identidades da série Assassin’s Creed fará parte da sua jornada, sempre te deixando com uma pulga atrás da orelha. Junto dela, não poderia faltar a maravilhosa lâmina oculta.

A trama viking anda em paralelo com o tema principal de praticamente todos os Assassin’s Creed, que se refere a máquina de realidade virtual chamada Animus. Podemos dizer que todo o mistério que envolve a Idade das Trevas será a solução para tornar o mundo melhor.

 

Odin está de olho

Quando falamos de vikings é fundamental termos a noção de que a cultura precisa ser bem retratada. Somente assim, a imersão ocorrerá. É evidente que uma grande pesquisa foi feita sobre os nórdicos. A Ubisoft contou com a ajuda do historiador francês, Thierry Noël, para reconstruir parte do período.

A forma rude e divertida de se falar aparece em praticamente todos diálogos. Basta ver a conversa entre os soldados, crianças, aldeões e magos. Sempre existe uma brincadeira com um Q de brutalidade. O mesmo acontece com os saxões e sua linguagem arrastada.

Os deuses e as superstições tinham um papel muito importante no dia a dia do povo Nórdico e eles estão presentes em Valhalla. Inclusive, os encontros com Odin serão frequentes. A parte mística foi muito bem retratada, com poções alucinógenas cerimônias e rituais para desvendar o futuro e entender o que ocorrerá.

 

Controle absoluto

Assassin's Creed Valhalla utiliza a mesma jogabilidade vista nos games anteriores da franquia. Os combates, as missões principais e secundárias e todos os artifícios para se construir o game design estão presentes, mudando apenas as peças utilizadas.

Para se mover nos mares temos o maravilhoso Dracar, que levará você e seus tripulantes aos lugares mais distantes. As embarcações tocavam o terror nos adversários e foram muito bem retratadas no jogo. Ao criar a estratégia de ataque frente a uma base inimiga, sai a águia e entre o corvo, mas com uma diferença. É possível controlar o seu voo e a visão de forma diferente.

Na batalha entram os machados tão utilizados pelos vikings e os cavalos de combate, que permitem até mesmo que você fique apoiado neles na hora de pular.

Depois de anos de problemas, podemos dizer que a Ubisoft acertou em cheio nos combates. Os controles não estão travados e a mecânica está suave e de fácil execução, mesmo quando a sua tropa está pronta para te ajudar na hora da luta. Uma pena que a inteligência artificial não é tão esperta e tira um pouco da graça do confronto.

Para desenvolver seu personagem, Valhalla apresenta uma gama de possibilidades. O menu de opções é vasto, porém simples. Como nos jogos anteriores, ao adquirir experiência, você ganha pontos, que serão trocados na árvore de desenvolvimento. Por meio dela, o personagem ganhará novas habilidades de combate. Além disso, ao longo da aventura será possível ler livros que darão aptidões a Eivor, apresentando especialidades únicas para serem utilizadas nas batalhas.

 

Roteiro arrastado

Por mais que a história seja bem parecida com o que estamos acostumados em outros jogos, seu texto é persuasivo. Ele cativa e faz com que possamos nos acostumar fácil com os personagens e até criar uma certa identidade com eles.

Só que a cadência que existe em certos momentos do enredo atrapalha o andamento do jogo. Chega um certo momento que você não aguenta mais escutar a história e quer entrar de cabeça na aventura. As dublagens estão bem feitas, mas a tradução não entra nos momentos exatos, atrapalhando a leitura.

Já que estamos falando de palavras, vale comentarmos sobre a “batalha de rimas”, uma das grandes novidades do game. Grande não significa melhor, mas surpreendeu muita gente. Por que colocar isto no jogo? Simplesmente porque fez parte da rivalidade entre nórdicos e saxões e que nunca foi muito explorado em outros meios artísticos.

A questão é que as “batalhas” foram pensadas para ocorrer em inglês. O desafio ocorre por meio de opções de frases, que poderão ser escolhidas pelo jogador. Quem tiver um pouco de domínio da língua inglesa poderá se dar bem e adquirir alguns pontos de carisma, mas caso contrário, deixe de lado. É como uma música traduzida literalmente para o nosso idioma. Não faz sentido algum.

 

Brincando de casinha

Algo que é cada vez mais visto nos grandes jogos de videogame é a possibilidade de se criar locais para sobreviver. Lembro de me divertir muito com a criação de uma casa, em Fallout 4. Agora, em Valhala, também é possível fazer o mesmo. Em muitos títulos esta opção se perde e pode ser considerada um plus. Mas no novo Assassin’s Creed ela ganha vida, já que o principal objetivo dos vikings é o de se estabelecer em terras distantes.

Controlar pontos e regiões prósperas será fundamental para ganhar dinheiro e até mesmo desenvolver suas tropas. Ao longo da aventura, em diversos momentos você necessitará da ajuda dela para invadir um local. Muitos dos seus companheiros morrerão e será fundamental ter um bom gerenciamento para “produzir” mais companheiros.

Assassin's Creed Valhalla terá batalhas de insultos

Vale a pena?

Assassin's Creed Valhala é uma obra prima. Creio que tem tudo para concorrer ao prêmio de melhor jogo do ano. A história é boa, por mais que possamos encontrar alguns clichês e problemas no roteiro. As imagens são belíssimas e retratam o encontrado na Idade das Trevas. O combate está excelente e a liberdade de ir e vir para todos os cantos deve cativar os verdadeiros fãs do gênero. Pegue o seu Dracar e vamos derrotar os saxões!

 

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Fonte: Tecmundo
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