O filme da Netflix,
Lindinhas, se tornou alvo de um pedido de suspensão pelo Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH). Acusado de sexualizar
meninas de 11 anos de idade, o longa vem sofrendo diversas críticas e boicotes pela maneira com mostra as crianças.
O
pedido foi encaminhado à Coordenação da Comissão Permanente da Infância
e Juventude e assinado pela Secretaria Nacional de Direitos da Criança e
do Adolescente (SNDCA). No texto, o secretário Maurício Cunha
justificou que o filme sexualiza as crianças de maneira pornográfica.
“[O
filme] apresenta pornografia infantil e múltiplas cenas com foco nas
partes íntimas das meninas enquanto reproduzem movimentos eróticos
durante a dança, se contorcem e simulam práticas sexuais”, disse Cunha.
"A SNDCA vê com extrema preocupação a perpetuação do conteúdo que
afronta e fragiliza a normativa nacional de proteção à infância e
adolescência".
Damares Alves, ministra do MDH, vem se manifestando sobre o filme há algum tempo. Para o UOL,
ela afirmou que pretende atuar na defesa das crianças e impedir que
conteúdo de cunho sexual envolvendo menores sejam apresentados desta
maneira.
“Crianças e adolescentes são o bem mais
precioso da nação e o mais vulnerável”, disse a ministra. “É interesse
de todos nós botarmos freio em conteúdos que coloquem as crianças em
risco ou as exponham à erotização precoce”.
Maïmouna Doucouré é a diretora do filme |
pós as polêmicas, a diretora Maïmouna Doucouré saiu em
defesa do seu trabalho. A cineasta afirmou que seu propósito era fazer
uma crítica à sexualização de crianças. A Netflix também precisou se posicionar recentemente em defesa do filme.
“Eu
conversei com centenas de pré-adolescentes para entender como elas se
relacionavam com sua feminilidade hoje em dia”, afirmou Doucouré. “Essas
garotas veem que, quanto mais a mulher é sexualizada nas redes sociais,
mais bem-sucedida ela é. E sim, isso é perigoso”.
Apesar disso, em agosto a Netflix precisou vir a público para se desculpar por conta de um cartaz polêmico do filme.