Vocês reclamam do funk, mas Mc Mayara,
nessa brincadeirinha que se chama “Ai Como Eu Tô Bandida”.
O clipe lançado na segunda (24), tá se equiparando a Emicida e o seu “Boa Esperança” quando se trata de representar o Brasil e o cenário atual cheio de discussões sociais que pegam fogo na internet. Vamos aos fatos:
- A personagem de Mc Mayara,
uma ladra, tem como poder especial a própria vagina que lança um raio
mortal. Aliás, o órgão sexual aparece bem marcado na calça roxa
apertada. Acredito que o fato do pênis masculino fazer volume na
bermuda nunca foi problema para ninguém – muito pelo contrário -, mas e
quando se trata da pepeca das mulheres? Por que a “mala” dos homens pode
ficar exposta e a “patinha de camelo” das mulheres não? Nessa questão, a
Mc quebra esse tabu:
- Os males sociais são alegorizados na
figura de heróis. Frequentemente, temos visto manifestações com certo
cunho nacionalista que exaltam a figura heroica que vai salvar o país da
crise e da corrupção, transformando essas terras numa nação ilibada.
Nessas mesmas manifestações, ao som de panelas e gritos pró ditadura,
também é possível observar posicionamentos ideológicos que contribuem
para o reforço de preconceitos, machismo, homofobia, misoginia e
racismo.
-
O videoclipe também abraça as causas sociais e minorias inclusive no trato da performance, visto as duas comparsas de Mc Mayara, estão inseridas dentro da comunidade LGBTT.
Acredito que a incorporação de Mc Mayara na
personagem de uma ladra que transforma pessoas em diamantes não
interfere na mensagem que o videoclipe se propõe a passar pois, se Mc Mayara está
numa posição onírica, ou seja, na vida real não vemos ninguém cometendo
esse tipo de crime, o outro lado que tenta contê-la se mostra como um
problema que passa longe do mundo de sonhos. Eles são reais, sabemos de
seus efeitos nocivos e, quem tiver o mínio de bom senso, acaba torcendo
para a Mc.
Ao assistir o clipe, ele bebe de duas fontes muito claras. Aliás, os videoclipes brasileiros estão ficando cada vez mais bem produzidos, como se os diretores nacionais estivessem mais ligados nas tendências do pop internacional. Há um pouco de “Telephone” de Lady Gaga e Beyoncè e há também algo de “Rock N Roll” da canadense Avril Lavigne, sobretudo na estética de quadrinhos.
Por fim, funk é cultura sim. Sua crítica é tão legítima quanto a do rock ou de Caetano Veloso. Ele representa muito mais do que sexo e noites festa a dentro. O funk é também, a exemplo deste clipe e de tantos outros por aí, um instrumento de denúncia social.
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